terça-feira, 25 de maio de 2010

Porta recado de ursinho !!! Risco

Coelhinho Traumatico !!!

Lugar seguro !!!!!

Ótima idéia para trabalhar matemática com os pequeninos

Texto para Reflexão - "Limites"

Texto para Reflexão - "Limites"
Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história. O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o julgo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.
À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam as suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, e, ainda que pouco, os respeitem.
E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade dos presentes os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissivo sufoca. Apenas uma atitude firme e respeitosa lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos o afogamento das novas gerações no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Os limites abrigam o indivíduo, com amor ilimitado e profundo respeito.

Mônica Monasteiro (Madri - Espanha)

Barquinho de papel e dicas berçario

Meu barquinho de papel
João era um menino muito esperto que adorava aventuras, certo dia ele resolveu ir passear pela floresta.
Então, ele foi andando, andando e pela floresta ouvia muitos barulhos, mas o que ele mais gostou foi o barulho do vento ( balançar a folha fazendo o barulho do vento)



Estava Joãozinho refrescando-se embaixo de uma árvore quando surgiu uma borboleta voando e lembrou-se desta música: (dobrar a folha ao meio, segurando pela dobra. Abaixar e levantar a mão, fazendo o papel balançar como se fosse asas de borboleta)


“Borboletinha ta na cozinha
Fazendo chocolate para a madrinha.
Poti, poti, perna-de-pau.
Olho de vidro e nariz de pica-pau”
João gostou muito daquele lugar e achou que seria bem divertido fazer uma casa na árvore e morar por ali mesmo. (dobrar ao meio novamente e colocar ponta com ponta ao meio da marcação dobrada) de:


“ Era uma casa muito engraçada,
(Música e letra de: Toquinho e Vinícius)
Mas a casa era toda desajeitada! Não daria para João morar nela por muito tempo...
Era melhor João inventar outra brincadeira. Ele gostava muito de brincar de soldado e precisou dobrar só mais um pedacinho, outro pedacinho... E ... O que será que apareceu? Olhem só! Um chapeuzinho do soldado! Joãozinho começou a cantar esta música:

Marcha soldado cabeça de papel
Mas o chapéu era muito grande para a cabecinha do João e ele resolveu dobrar mais uma vez, (de um lado, do outro lado)


surgindo assim um chapeuzinho muito pequeno. João ficou muito aborrecido e tentou faze-lo voltar ao mesmo tamanho, mas não conseguiu.
O que conseguiu foi fazer um...

Um barquinho!!!!!

E o Joãozinho ficou feliz da vida. Correu para a praia que ficava ali por perto. No caminho começou uma chuvinha danada e ele tentou enxugar o barquinho com a camisa. Quando acabou de enxugar, largou a camisa e foi embora. Já estava na praia quando notou que estava sem camisa e logo pensou:
__ Epa! Minha camisa! Onde será que a deixei? Vou levar uma surra da minha mãe! Mas agora eu não vou acha-la mesmo e vou apanhar do mesmo jeito! Então eu vou brincar um pouquinho e depois vou para casa!
Usando sua imaginação embarcou no frágil barquinho que navegou, rapidamente, mar a dentro.
Já estava longe, navegando, quando uma tremenda tempestade começou a jogar o barquinho pra cá e pra lá.
Pra lá e pra cá!
Nesse jogo das ondas, o barquinho bateu com a proa no rochedo, partindo-se. (frente)

A tempestade ficou mais forte ainda, continuando a jogar o barquinho que, bateu também com a popa, partindo-se como a proa. (trás)

E o barquinho vira e vai para o fundo do mar, batendo com a ponta da vela que também se parte. Mas o barquinho da vela quebrou de forma redondinha.

E sabem o que aconteceu?
Joãozinho, por causa do cansaço e do calor, havia se abrigado à sombra de uma árvore perto da praia e adormecera. Quando acordou, sua camisa estava ao lado dele.
Onde? Onde está a camisa do Joãozinho?
(Abrir a dobradura e surgirá a camisa do menino.)

Após a surpresa!!! Que será o surgimento da camiseta, vc pode criar atividades utilizando a camiseta (pintar, decorar), as músicas que aparecem no decorrer da história, recontar a história, mas desta vez através da dramatização, do envolvimento das crianças, expressão corporal... use sua criatividade... sua aula vai brilhar!!!

Sugestões de Atividades da Rotina:
• chegada e recepção das crianças;
• organização da sala e dos materiais;
• atividades didático-pedagógicas;
• brincadeiras ao ar livre;
• higiene e troca de roupa;
• almoço;
• higiene bucal;
• repouso;
• atividades alternativas para as crianças que vão acordando;
• lanche;
• atividades didático-pedagógicas;
• brincadeiras ao ar livre;
• higiene e troca de roupa;
• jantar;
• higiene bucal;
• reorganização da sala;
• saída.
PLANEJAMENTO BERÇÁRIO
criado por ostras 22:07 — Arquivado em: Sem categoria —


Objetivos: Oportunizar a construção da identidade e cooperação, estimular a imaginação criativa, estabelecer contato com seus pares e explorar situações de interação social.
SEGUNDA-FEIRA
Rodinha
• Música - O sapo não lava o pé (A professora canta a música junto com a criança)
• Histórinha com livro de pano para bebês (à escolha)
Atividade pedagógica
• Brincar de esconde-esconde com lençol
TERÇA-FEIRA
Rodinha
• Música – Fui no Itororó
• Histórinha com fantoches (à escolha)
Atividade pedagógica
• Brincar de rolar no colchonete
QUARTA-FEIRA
Rodinha
• Música – A canoa virou
• Ouvir músicas em CD (à escolha)
Atividade pedagógica
• Brincar de jogar bolas
QUINTA-FEIRA
Rodinha
• Música – Ciranda cirandinha
• Ver vídeo (à escolha)
Atividade pedagógica
• Brincar de jogar bolas
SEXTA-FEIRA
Rodinha
• Música – Samba Lelê
• Histórinha com dedoches (à escolha)
Atividade pedagógica
• Brincar de montar blocos coloridos
OBS: Ao fazer seu planejamento, não esqueça a idade da criança, nete caso, 4 meses em diante (Berçário I). Estes bebês só conseguem a nossa atenção por pouco tempo. Por isso, aproveite bem a oportunidade e planeje as atividades por no máximo 15 minutos.
Também, podemos aproveitar para enfatizar os nomes das crianças nas músicas. Ao praticar as atividades, também podemos dar ênfase nas cores dos objetos (Jõao, dê-me a bola vermelha). Assim, os bebês vão se familiarizando com cores, objetos e formas. A brincadeira livre também é uma atividade lúdica, nela a professora pode observar a criança e seu comportamento com seus pares.
Espero que ajudem as colegas que estão com crianças nesta faixa etária. BJS!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Como interpretar um texto!!

Cada vez torna-se mais usada a interpretação de textos em testes importantes, como vestibular, concursos públicos e provas de proficiência. Eles costumam ser o “bicho-papão” que apavora os alunos, mas não deveria ser assim, já que provavelmente são a única parte do teste que já traz suas próprias respostas, bastando que o aluno as encontre.
Antes de interpretar um texto o aluno deve entender que tipo de análise está sendo proposto. Basicamente existem dois tipos de análise:
Subjetiva

Nesse tipo de análise pede-se que o aluno responda o que ele pensou, sua opinião e deduções sobre o texto. A margem de acerto é mais elástica, sendo permitida uma variação maior nas respostas, mas por ser também mais difícil de corrigir devido à sua subjetividade é pouco freqüente o encontrarmos em provas importantes, como vestibular ou concursos públicos. Costuma ser mais empregado no primeiro ou segundo graus, quando a meta a ser atingida é que o aluno aprenda a escrever e ordenar idéias, ou aprender figuras de linguagem e emprego de vocabulário mais rico.
Nesse tipo de análise existem questões como:
Quando o autor diz “sentado à beira do caminho”, o que você acha que ele quis dizer?
Como se vê, é pedida uma conclusão ou opinião do aluno, o que é comum nesse tipo de análise. Esse tipo de análise pode ser apresentado como múltipla escolha ou dissertativo.
Objetiva
Esse é o tipo de análise mais usado hoje em provas oficiais, pede-se que seja citado exatamente o que constava do texto, explícita ou implicitamente.
Exemplo:
No texto consta: “Maria costumava chegar atrasada no início da semana.”
Questão: Qual era o problema de Maria?
Nesse caso a resposta pode estar explícita se a alternativa correta for “chegar atrasada no início da semana” ou implícita se for “chegar atrasada às segundas”. Apesar de a segunda hipótese (chegar atrasada às segundas) não estar literalmente contida no texto, ela está implícita, uma vez que segunda-feira é o início da semana.
Tome cuidado nesse tipo de análise para citar exatamente o que está no texto. Muitas alternativas são semelhantes, mas escolha sempre aquela que mais se aproxima ao texto em significado. Na análise objetiva de um texto científico sobre assunto específico, cite apenas o que está no texto.
Análises sobre assuntos muito debatidos e atuais costumam prejudicar o aluno porque muitas vezes há alternativas com elementos que não estão no texto mas são informações que o aluno já tinha anteriormente sobre o assunto.
Tome também cuidado porque não se pedem respostas “morais”, ou seja, não se leva em conta a sua opinião, e sim o que o autor escreveu. Se o texto é sobre o aborto e lá constar que “o aborto é a melhor solução quando a mãe é de uma família de baixa renda” é isso que você deve colocar como resposta na questão:
“Segundo o autor, qual a melhor solução para grávidas de famílias de baixa renda?”

Não importa o que você acha, o que importa é apenas interpretar o texto, portanto se você é contra o aborto, nada de marcar outra resposta que não seja “o aborto“.
Erros comuns na interpretação objetiva
Os alunos pecam essencialmente por:
1- Excesso – algumas alternativas vão além do que está no texto, induzindo o aluno desatento ao erro.
No texto: “Maria estava muito triste.”
Resposta incorreta: Maria estava muito triste e chorou.
Note que no texto não se disse que ela chorou. O fato de o início da frase ser semelhante à frase do texto induz o aluno ao erro, pois ele lê apenas o começo da frase, não percebendo que o final “e chorou” é uma informação não contida no texto.
2- Falta de elementos importantes – o aluno assinala uma resposta incompleta em relação ao que está sendo pedido.
No texto: “Maria costumava chegar atrasada ao trabalho às segundas”

Resposta incorreta: “Maria costumava se atrasar às segundas.”
Antes de assinalar essa resposta, veja se não há outra especificando que ela chegava atrasada ao trabalho, pois o texto não sugere que ela chegue atrasada a outros lugares, apenas ao trabalho.
3- Semelhança – por conter muitas palavras semelhantes ao texto o aluno assinala respostas cujo sentido é um pouco ou totalmente divergente do que está escrito.
No texto: “Maria às vezes chegava atrasada ao trabalho.”
Resposta incorreta: “Maria sempre chegava atrasada ao trabalho.”
Nesse tipo de questão costuma haver uma alternativa, que mesmo não contendo exatamente as mesmas palavras do texto, é semelhante em seu sentido. A resposta correta poderia ser, por exemplo: “Maria nem sempre chegava ao trabalho no horário.”

Se dizemos que Maria chegava atrasada às vezes e se dizemos que ela nem sempre chegava no horário, o significado é basicamente o mesmo.
Conclusão
Da próxima vez em que for analisar um texto, lembre-se de não incorrer nesses erros e preste muita atenção ao que está sendo pedido, pois algumas questões costumam ser fatais se você não ler o enunciado. São comuns enunciados como abaixo:
• Assinale o que não foi citado no texto.
• Segundo o texto, o que é falso.
Veja que nesse tipo de questão você terá que encontrar exatamente o contrário do que está no texto.
Espero ter ajudado, preste muita atenção e lembre-se disso quando estiver analisando um texto.
Se você precisa de material de apoio para uma prova ou teste, dê uma olhada na postagem:
Interpretação de textos – Material didático
(zailda coirano)
Tags: dica, interpretação, Interpretação de textos, link, material didático, Métodos de ensino, orientação, textos
continuação
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:
Informativa e de reconhecimento;
Interpretativa.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDÉIA CENTRAL
Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
Declaração inicial;
Definição;
Divisão;
Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
OS TIPOS DE TEXTO
Basicamente existem três tipos de texto:
Texto narrativo;
Texto descritivo;
Texto dissertativo.
Cada um desses textos possui características próprias de construção.
DESCRIÇÃO
Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.
O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.
Há duas descrições:
Descrição denotativa
Descrição conotativa.
DESCRIÇÃO DENOTATIVA
Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.
Exemplo:
Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.
No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.
DESCRIÇÃO CONOTATIVA
Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.
Exemplo:
João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.
NARRAÇÃO
Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos.
A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo.
O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:
Quem participa nos acontecimentos? (personagens);
O que acontece? (enredo);
Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).
Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? – Fato narrado;
Quem? – personagem principal e o anti-herói;
Como? – o modo que os fatos aconteceram;
Quando? – o tempo dos acontecimentos;
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
Por quê? – a razão, motivo do fato;
Por isso: – a conseqüência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens.
Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.
A seguir um exemplo de texto narrativo:
Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)
A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.
Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
Exemplo:
Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:
- Compadre por que tanta tristeza?
Ele me respondeu:
- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.
Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?
Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.
Exemplo:
O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time.
Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.
Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.
FORMAS DE DISCURSO
Discurso direto;
Discurso indireto;
Discurso indireto livre.
DISCURSO DIRETO
É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.
Exemplo:
O juiz disse:
- O réu é inocente.
DISCURSO INDIRETO
É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.
Exemplo:
O juiz disse que o réu era inocente.
DISCURSO INDIRETO LIVRE
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.
Exemplo:
Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).
Artigos relacionados: Leia também “Interpretação de Textos – Questão de Classe“

ABSABER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil

ABSABER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencial idades paisagísticas
ABSABER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencial idades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial. 2003

POTENCIALlDADES:PAISAGENS BRASILEIRAS A paisagem é a herança (de processos fisiográficos e biológicos) e patrimônio coletivo dos povos que as herdam. É o território de atuação das suas comunida¬des.

1. Os grandes domínios paisagísticos brasileiros
O território brasileiro apresenta um mostruário complexo de paisagens ecológi¬cas do mundo tropical. Existem seis grandes dominios paisagísticos. Quatro são intertropicais e dois subtropicais:
1) Terras baixas florestadas da Amazônia.
2) As depressões interplanálticas.
3) Os 'mares de morros".
4) Os chapadões cobertos por cerrados e penetrados por florestas galerias. 5) Os planaltos das Araucárias.
6) Domínios das pradarias mistas.

2. "Mares de monros", cerrados e caatingas:
Geomorfologia comparada

Existem, grosso modo, três imensos domínios morfocIimáticos. São recobertos por três das principais províncias fitogeográficas do mundo tropical:
1) Domínio das regiões serranas, de morros mame/anares do Sudeste: Uma área de climas tropicais e subtropicais úmidos. Inclui a zona da mata, atingindo o sul e a parte oriental do Brasil.
2) Domínio dos chapadões tropicais do Brasil Central: Area sub-quente. de re¬gime pluviométrico e duas estações (verões chuvosos e invernos secos). Pre¬sente na zona dos cerrados e florestas galerias.
3) Domínios das depressões intermontanas e interplanálticas do Nordeste semi¬árido: É a área subequatorial e tropical semi-árida. Abrange a zona das caatin¬gas.
3. Nos vastos espaços dos cerrados
Nas áreas de cerrados (muito destruídas, atualmente, pela ação antrópica), exis¬tiam florestas baixas, de troncos finos e esguios. As principais regiôes que sofre¬ram as alterações foram: Triângulo Mineiro, Mato Grosso (sentido leste-oeste e sul-norte) e o centro de Goiás.Os cerrados, também chamados de campos cerra¬dos, formam um conjunto semelhante aos cerradões. Os.climas apresentam o mesmo regime: as temperaturas apresentam médias anuais mínimas entre 20 e 22"C e máximas entre 24 a 26OC. A umidade do ar atinge níveis muito baixos no inverno e muito elevados no verâo.
A aparência xeromórfica de muitas espécies do cerrado é falsa: trata-se de um pseudoxeromorfismo.
A combinação de fatores fisicos, ecológicos e bióticos que caracterizam o cerra¬do é, na aparência, homogênea, extensível a grandes espaços. É uma área for¬mada nâo apenas por chapadôes, mas trata-se de um dominio morfocIimático onde ocorre a maior extensividade de formas homogêneas relativas de todo o Planalto Brasileiro (Planalto Central).
Durante um longo período geológico (de 12 a 18 mil anos), as principais mudan¬ças ocorridas foram:
- O conjunto de cerrados, no Planalto Central, era menor e menos continuo.
- Chapadas areníticas, de Urucaia, tiveram climas secos. cerrados degradados, estepes ou manchas de caatingas.
- Catingas predominavam no norte das bordas acidentadas (região de Brasília). - No extremo sul de Mato Grosso, onde existem campos de vacaria, ocorriam sub-estepes e campos limpos, com climas mais frios e secos.
- Onde ocorrem as Matas de Dourados, deveriam ocorrer bosques subtropicais. - Os cerradões formam um patrimônio biológico arcaico. Quando degredados por ações antrópicas, não se refazem facilmente e não se recompõe. Os cerra¬dos, por sua vez, foram deles originados e resistem às ações antrópicas.

4. Domínío Tropical Atlântico
No conjunto do território intertropical e subtropical brasileiro, destaca-se o contí¬nuo norte-sul das Matas Atlânticas, na categoria de segundo complexo principal. Originalmente, cobria o sudeste do Rio Grande do Norte e o sudeste de Santa Catarina, incluindo três enclaves: as matas biodiversas da Serra Gaúcha, as florestas de Iguaçu e as do extremo oeste dos planaltos paranaenses.
As florestas tropicais costeiras formam áreas de transição com as áreas de caa¬tingas, cerrados, cerradôes campestres e planaltos de araucárias. Uma das mais famosas áreas de transição entre a zona da mata e os sertões é conhecida corno 'agreste'.
As matas tropicaís estão associadas às altas temperaturas e forte umidade (exem¬plo: Serra do ltapanhaú, em Bertioga, com índices pluviométricos superiores a 4.500 mm anuais
Atingem a linha da costa, cobrindo tabuleiros no Nordeste, esporões e costôes ria Serra do Mar (pães-de-açúcar, penedos e pontões rochosos). Entre as matas tropitais e o litoral, destacam-se formações de restingas (faixas arenosas com coberfura floristica).
Minas Gerais (Vale do Rio Doce, Serra do Mar e Mantiqueira - área típica de mares de morro) recebe a denominação de Zona da Mata Mineira.
Em São Paulo, às matas tropicais penetram o ínterior dos planaltos, onde for¬mam mosaicos e matas em solos calcários e de terras roxas. Apare¬cem penetrações de araucárias nas grandes altitudes da Serra da Mantiqueira e no Planalto da Bocaina.
Na Serra do Jardim (em Valinhas, Vinhedo) nos altos da Serra do Japí (em Jundiaí), nos campos e matacões (em Salto e ltu) e na Serra de São Francisco (em Rio Claro), ocorrem mini-redutos de cactáceas e bromélias.
Por fim, é necessário registrar as matas tropicais densas do norte do Paraná em dois trechos: no Pontal do Paranapanema e no litoral, com penetrações na faixa ocidental de Santa Catarina.
No Rio Grande do Sul, há a ocorrência de planaltos no norte gaúcho e na Serra Gaúcha (Aparados). O domínio dos mares de morros constitui um fator para o conhecimento rnoriogenético das áreas intertropicais.

5. Amazônia brasileira: um macrodomínio
A Amazônia destaca-se pela continuidade de suas florestas, pela ordem de gran¬deza de sua principal rede hidrográfica e pela variação de seus ecossistemas; tanto em nível regional corno de altitude. Trata-se do cinturão de maior diversida¬de biológica do planeta.
Tem um domínio permanente da massa de ar úmido, de grande nebulosidade, de baixa amplitude térmica e de ausência de pronunciadas estações secas em quase todo os seis subespaços regionais.
Nas áreas periféricas, observa-se forte sazonalidade. incluindo a 'triagem., que vai desde o oeste de Rondônia até o Acre. Essa quantidade de água, na Amazô¬nia, é resultado direto da excepcional pluviosidade: a bacia Amazônia corresponde a 20% da água doce do planeta.
Os critérios populares para a classificação da malha hidrográfica têm valor cien¬tífico: as cores dos rios, a ordem de grandeza dos cursos d'água, sua largura, volume e posição fisiográfica, assim como o sentido, continuidade e duplicidade da correnteza.
As imagens de satélites apontam uma visualização mais completa e integrada do caótico quadro de produção de espaços antrópicos sobre a natureza da re¬gião. Várias atividades são responsáveis pela devastação da Amazônia: fracas¬sos agropecuários, rodovias, Ioteamentos de espaços silvestres com ausência administrativa, derrubadas e queimadas.

6. Caatinga: o domínio dos sertões secos
O domínio das caatingas é um dos três espaços semi-áridos da América do Sul. A caatinga é a área seca mais homogênea do ponto de vista fisiográfico, ecológi¬co e social.
As razôes da existência de um grande espaço semi-árido, insulado num quadrante de um continente predominantemente úmido, são complexas.
Os rios do Nordeste chegam ao mar (são exorreicos); são intermitentes, periódi¬cos, com solos salinizados (Rio Grande do Norte: estuários assoreados para a produção de sal) e depende das condições climáticas.
Poucos rios são perenes (rios que vêm de longe) como o São Francisco ("Velho Chico", "Nilo Caboclo. ou 'Brasileiro') e o Parnaíba (entre o Maranhão e Piauí). A população se concentra nas áreas de maior umidade: entre o sertão, uma área de criação extensiva de gado, e o agreste, terras para a criação de caprinos (produção de leite) e sequeiros - plantas forrageiras como milho, feijão e mandioca.
Essa região teve fortes fluxos de migração entre 1950, 1960 e 1970.
Tem um comércio intenso no interior, representado por grandes feiras: Caruaru, Feira de Santa na, Juazeiro do Norte e outras.
A iniciativa estatal foi de grande importância para a economia e sociedade nor¬destinas. Houve a construção de grandes usinas hidrelétricas, estimulos à in¬dustrialização, programas de açudagem, irrigação, perfuração de poços, irriga¬ção das áreas de sequeiros e revisão dos lençóis d'água.

7. Planaltos de Araucárias e pradarias místas
O Brasil Meridional é uma área onde a tropicalidade se perde.
Area de cobertura vegetal, com bosques de araucárias e climas temperados e úmidos, principalmente nas grandes altitudes planálticas. Tem rios perenes com dois períodos de cheias.
Ao lado dessa cobertura vegetal, aparecem formações de cerrados, matas tropi¬cais e pradarias mistas.
Para entender a geologia e a geomorfologia do sul do Brasil, é necessário partir do perfilleste-oeste dos três estados do sul do Brasil:
1) Primeiro Planalto: Área cristalina que acompanha o Atlântico (Planalto do Paraná, Serra Geral e Aparados).
2) Segundo Planalto: .Área sedimentar com depressões e chapadões. Possui áreas carboniferas em Santa Catarina, Uruçanga, Criciúma, Lauro Múller e coli¬nas do baixo Jacui (no Rio Grande do Sul). Formações uniformes, como é o caso de Vila Velha, no Paraná.
3) Terceiro Planalto: Área de solos sedimentares (arenito) e vulcânicos (basaltos); região de cuestas e solos de terra roxa. No Rio Grande do Sul, aparecem colinas onduladas conhecidas como coxilhas, formando a Campanha Gaúcha.
O povoamento do sul do pais compõe um capitulo á parte:- Colonização alemâ: desde o Vale dos Rios dos Sinos até os sopés das serranias, rincões de Nova Petrópolis, Canela e Gramado. Em Santa Catarina, no Vale do rio ltajaí-Açu.
- Colonização italiana: região dos vinhedos (Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha), dirigindo-se também para o oeste e norte do Rio Grande do Sul e para o oeste de Santa Catarina e do Paraná.- Luso-brasileiros: de Laguna até a região costeira, indo também para a barra da Lagoa dos Patos (Colônia de Sa¬cramento).-Açorianos: colonizaram as coxilhas da depressão de Porto Alegre até o rio Pardo e Santa Maria, destaque para a região metropolitana de Porto Alegre (Porto dos Casais), importante centro cultural universitário, industrial e porto fluvial
8. O Domínio dos cerrados
Paisagem que domina grande parte do Brasil Central, também ocorre em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Piaui, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Pará.
. Apresenta uma vegetação típica e um clima tropical úmido e seco.
É o segundo maior bíoma do Brasil. Possui vários aspectos fisionômicos: árvo¬res (cerradões), cerrados e campos sujos (vegetação arbustiva e herbácea). Vegetação com variedade de espécies: árvores de troncos finos, retorcidos e de cascas grossas (cortiça).
A densidade da drenagem nessa região é baixa (o Planalto Central é o divisar d'água). Os rios são perenes, do tipo fluvial tropical (cheias de verão e vazantes de inverno).
Os componentes de relevo na área central dos cerrados são produtos de condicionantes climáticos.
Quanto ao relevo, o Planalto Central é a principal unidade geomorfológica, com¬posto por terrenos cristalinos (erodidos) e sedimentares (chapadas e chapadões). Nesse dominio, em função da existência de solos ácidos, sempre prevalece a prática da pecuária extensiva para o corte, o que determina um grande desmatamento para a formação de pastagens.
Recentemente, verifica-se a correção dos solos ácidos (calagem) e o inicio de uma atividade agricola mais intensa (soja, milho, tomate, laranja).
Ao sul desse domínio, observa-se a existência de solos mais férteis (terra roxa), com intensa atividade agrícola (regiâo de Dourados e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul).
Além das atividades agrárias e da pecuária extensiva, a expansão urbana e a construção de rodovias e ferrovias contribuem para a ocupação irregular dos cerrados.
É necessário observar três diretrizes básicas para conciliar desenvolvimento e proteção dos patrimônios genéticos:
1) Exigir a preservação dos cerrados e cerradões localizados nas áreas eleva¬das dos interflúvios (bancos genéticos).
2) Preservação de faixas de cerrados e campestres nas baixas vertentes dos chapadões.
3) Congelamento total do uso dos solos que se encontram nas faixas de matas de galeria, com vistas á preservação múltipla das faixas aluviais florestadas, as¬sim como das veredas existentes á sua margem.
9. Domínio da natureza e famílias de ecossistemas
O conceito de ecossistema foi introduzido na Ciência por Arthur Tansley, em 1935. É o sistema ecológico de uma região, que envolve fatores abióticos e bióticos do local. O termo "bioma" passou a ser utilizado por biólogos de vários países, ás vezes se confundindo com o termo ecossistema. Começou a ser usado com su¬perficialidade e se desdobrou em conceitos de maior aplicabilidade e versatilida¬de: Bioma, zonobioma, psamobioma, helobioma e rupreste bioma.o Brasil, os biólogos deram preferência ao termo bioma, notadamente rupreste bioma.
Em 1968, George Bertrand publicou uma tipologia de espaços naturais, desdo¬brada em zonas de paisagens ecológicas, domínios (macro) regionais de natu¬reza e regiões diferenciadas intradomínios. Agregam-se três termos na tentativa de substituir os termos ecossistemas / biomas: geossitemas, geofáceis e geótipo.

ANEXOS
I. Relictos, Redutos e Refúgios (os caprichos da natureza e a capacidade evocadora da terminologia cientifica)
Em linguagem simbólica, usamos expressões conceituais para designar "ilhas" de vegetação: relictos, enclaves, redutos e refúgios.
- Relictos: Aplicada para designar qualquer espécie vegetal. Encontrada em uma localidade específica e circundada por vários trechos de outros ecossistemas. - Enclave, redutos e refúgios: Manchas de ecossistemas típicos de outras pro¬víncias, encravadas no interior de um dominio de natureza diferente - refletem a dinâmica de mudanças dimáticas e paleoecológicas.

II. Cerrados e Mandacarus
Área de Salto-Itu e referência para investigações envolvendo condições climáti¬cas do passado.
Essa região e seus arredores apresentam uma das mais importantes paisagens fitogeográficas e geológicas do Brasil. Encontra-se grande cobertura vegetal, ecossistemas de cerrados cactáceos residuais (mandacarus), matas de fundo de vales e encostas baixas.
A presença de caatingas na região é anterior à presença dos cerrados, das man¬chas florestais biodiversas do fundo dos vales regionais e dos setores das serra¬nias de São Roque (Jundiai). Indui as laterais da Serra do Jardim (Valinhos¬Vinhedo) e da Serra do Japi (Jundiaí).
Provavelmente, a região apresentava, em um passado geológico, períodos semi¬áridos.

III. Paisagens de exceção e canyons brasileiros Paisagens de exceção constituem fatos isolados, de diferentes aspectos físicos e ecológicos inseridos no corpo das paisagens naturais.
Destacam-se:
1) Exemplos de topografia ruiniformes:
- Piauí: Sete Cidades de Piracuruca e Serra da Capivara.
- Sudeste de Goiás: Torres do Rio Bonito.
- Norte de Tocantins: Segundo Planalto do Paraná (Vila Velha).
- Mato Groso: Chapada dos Guimarães.
- Pontões rochosos do tipo pão-de-açúcar.
- Peóedos ou "Dedos de Deus", no Rio de Janeiro, Teresópolis, Vitória e pontos da Serra do Mar.
2) Icebergs, sob a forma de montes e ilhas rochosas, pontilham nos domínios das caatingas: em Milagres (Bahia), Quixadá, Jaguaribe e Sobral (Ceará) e re¬giâo de Patos, no alto do sertão da Paraíba.
3) Maciços elevados (900-1000 m), voltados para ventos úmidos do leste e su¬deste nos sertões secos, apresentam florestas tropicais de encostas e "pé-de-e¬serra".
4) Canyons brasileiros envolvendo grandes variedades de nomes: gargantas, rasgões, boqueirães, grutas largas, sovacães, itambés, passos fundos, desfila¬deiros e estreitos. Estão no Piauí, Paraná e sudeste de Goiás.
5) O maciço de ltatiaia (RJ) e a alta meseta do Pico de Roraíma são exceções nos altiplanos do Brasil.
6) No caso das planicies, a exceção vai para a Planicie do Pantanal.

GEOGRAFIA - CASTELLS, Manuel. A GALÁXIA DA INTERNET

Geografia - CASTELLS, Manuel. A Galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade.
Uma reflexão sobre a rede mundial de computadores
Guilherme Paiva de Carvalho
Doutorando em Sociologia na Universidade de Brasília (UnB)
CASTELLS, Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 244 p.
Nascido na Espanha em 1942, Manuel Castells lecionou durante 12 anos na Universidade de Paris, ingressando, em 1979, na Universidade da Califórnia em Berkeley, onde é professor de Sociologia e Planejamento Regional. Em A galáxia da Internet, Castells analisa as mudanças no mundo empresarial, as inovações na Economia e na Política a partir da utilização da Internet como sistema de comunicação global, traçando uma geografia da sociedade em rede. A Internet aparece como tema central do livro que é composto por nove capítulos, nos quais o autor reflete sobre a história e a cultura da Internet, as transformações dos modos de interação social, a multimídia, além de questões relacionadas ao planejamento urbanístico e ao acesso à rede mundial de computadores.
No primeiro capítulo, Castells retoma a história da Internet desde a formação da Arpanet no final de 1960, mostrando como ela surge de um projeto do Departamento de Defesa norte-americano que, com o objetivo de superar a tecnologia soviética, criou, em 1958, a Advanced Research Projects Agency (ARPA) para desenvolver uma rede interativa de computadores (p. 14). Pesquisas realizadas conjuntamente por órgãos governamentais, universidades e centros de pesquisa resultaram na interconexão de computadores em rede. Dispondo de uma arquitetura de protocolos abertos, a rede permitia que os usuários participassem do aperfeiçoamento de softwares para a Internet. A partir do software Enquire, desenvolvido por Berners-Lee, foi produzida a World Wide Web (p. 18), um sistema de hipertexto no qual informações poderiam ser acrescentadas pelos usuários e acessadas por computadores que estivessem conectados à rede. Introduzindo novas versões do software de navegação da web, a Netscape Communications disponibilizou, em 1994, o Netscape Navigator. Posteriormente, a Microsoft lançou o Windows 95 com o Internet Explorer, um navegador para a web. A Internet surge na metade da década de 1990 como um sistema de comunicação flexível e descentralizado. A arquitetura aberta proporcionava a cooperação dos usuários. Assim, a flexibilidade e a liberdade foram valores importantes para o desenvolvimento da Internet. Liberdade, solidariedade e cooperação são concepções que compõem a cultura de cientistas, engenheiros, estudantes de pós-graduação e dos primeiros usuários da rede que participaram conjuntamente da criação da Internet.
Castells analisa a cultura da Internet no segundo capítulo do livro, ressaltando a importância da abertura do código-fonte para o aperfeiçoamento dos softwares da Internet, além de tratar da cultura hacker, evidenciando que, apesar de ter influenciado valores e hábitos da cultura da Internet, a tradição acadêmica – baseada na busca por prestígio e reconhecimento dos pares – foi aliada aos valores dos hackers, especialistas na programação e interconexão de computadores que desempenharam um papel relevante no desenvolvimento da Internet. De acordo com Castells (p. 38), "a cultura hacker [...] diz respeito ao conjunto de valores e crenças que emergiu das redes de programadores de computador que interagiam online [...]" na modificação do software, aprimorando o sistema operacional da Internet. A cultura hacker tem como base uma concepção "tecnomeritocrática" fundada na busca por excelência e melhoria do desempenho tecnológico. É preciso ter liberdade para criar, se apropriar do conhecimento e redistribuí-lo na rede. Sendo assim, a liberdade constitui um valor fundamental para a cultura hacker. A formação de redes tornar-se-ia um padrão de comportamento habitual na Internet, e que vem sendo disseminado em diversos setores da sociedade. Há ainda uma análise acerca da cultura empresarial que se difunde na Internet, na qual idéias inovadoras e criatividade aparecem como valores essenciais.
Reflexões sobre questões relacionadas com o comércio eletrônico, a formação e a estrutura organizacional de empresas em rede, as mudanças nos mercados financeiros, a flexibilidade do trabalho e a produtividade compõem o terceiro capítulo do livro. O aparecimento de empresas ".com" alterou o comércio. Empresas passaram a utilizar a Internet para comunicação e processamento de informações, dispondo de uma estruturação organizacional baseada na rede (p. 57). O comércio eletrônico e as empresas online também modificaram as relações econômicas. Em algumas firmas, atividades dos setores de produção e distribuição são realizadas através da Internet. Além disso, redes de computadores integraram os mercados financeiros, formando um mercado global interdependente e transnacional. No âmbito do trabalho, há uma exigência de maior qualificação profissional, além da necessidade de alto nível educacional. A flexibilidade vem direcionando as relações de trabalho no contexto da nova economia global que apresenta ainda um crescimento significativo da produtividade.
O quarto capítulo tem como enfoque a sociabilidade. Novas formas de interação social que apareceram com o uso da Internet são analisadas. Castells expõe questões concernentes à formação de identidades e representação de papéis sociais na Internet (p. 99) e discute, também, a problemática do individualismo na rede.
Tomando como referência o uso da Internet, o quinto e o sexto capítulo trazem uma reflexão sobre a relação entre sociedade civil e Estado, questão que envolve discussões concernentes à privacidade dos usuários da rede e ao problema da liberdade no sistema de comunicação global. No quinto capítulo, Castells menciona os movimentos sociais que adotaram a Internet para a defesa de suas propostas. Valores culturais aparecem como base dos movimentos sociais que se articulam na rede para alterar "códigos de significado nas instituições e na prática [...]" social (p. 116). Com a Internet, a participação política dos cidadãos através da rede pode redefinir a democracia. Castells cita a Cidade Digital de Amsterdã como um exemplo de revitalização da esfera pública. Informações sobre ações do governo e a possibilidade de interatividade com os cidadãos podem ser viabilizadas pela Internet. No entanto, com a Internet também surgem novas estratégias de guerra que ameaçam a soberania dos Estados. A invasão de hackers a computadores de órgãos governamentais, ou ainda, a utilização da rede por criminosos e terroristas, preocupam as lideranças políticas. Se, por um lado, há um interesse de governos em desenvolver tecnologias de controle da Internet, por outro viés, a rede de computadores tem potencialidade para a difusão de valores humanistas e a democratização.
As tecnologias de controle e vigilância, mencionadas no sexto capítulo do livro, restringem a liberdade e a privacidade dos usuários da Internet que podem ter seus e-mails registrados e controlados por governos (p. 145). O Estado tem sua soberania abalada pelo fluxo de informações. Castells ressalta que para revigorar o poder, o G-8 adotou medidas para controle e policiamento dos provedores da Internet. Entretanto, a soberania continua oscilante já que, para o exercício do controle, os Estados têm que dividir o poder, constituindo, por fim, um Estado em rede (p. 147).
Castells discute as noções de multimídia e hipertexto no sétimo capítulo do livro, demonstrando que há uma convergência ainda restrita entre a Internet e a multimídia, apesar da difusão da televisão digital por todo o mundo. Por outro lado, a multimídia permitiu a divulgação de músicas pela Internet por intermédio do formato MP3. Videogames online, vídeos pornográficos, revistas eletrônicas comercializadas por serviços de assinatura e rádios virtuais também aparecem com destaque na Internet. Castells sustenta que não é possível afirmar que há um hipertexto entendido como sistema interativo de expressão de culturas presentes, passadas e futuras devido à falta de interesse comercial na formação de um hipertexto.
O oitavo capítulo apresenta uma geografia da Internet a partir da determinação de sua estrutura técnica, da distribuição espacial dos usuários, bem como da configuração econômica e urbanística das cidades na Era da Informação. Castells salienta o modo fragmentário de difusão do uso da Internet, baseado em padrões de riqueza, tecnologia e poder (p. 174). Pesquisas reforçam a constatação de que a Internet vem sendo bem mais difundida em áreas urbanas do que em áreas rurais. Há também uma concentração da provisão de conteúdo da Internet em regiões metropolitanas, onde as atividades que geram renda e oportunidades de emprego se encontram. As metrópoles continuam absorvendo a população urbana (p. 185). O trabalho em casa não é uma realidade na Era da Informação. De acordo com Castells, nos EUA, país que apresenta maior flexibilização do trabalho, estatísticas de 1997 mostravam que somente o percentual de 6,43% da mão-de-obra trabalhava em casa (p. 190). Castells ainda se refere às tendências de modelos arquitetônicos e planejamento urbanístico que surgirão com a incorporação de sistemas eletrônicos de rede na construção de "ambientes inteligentes" (p. 193).
O acesso à Internet e o problema da exclusão social são tratados no nono capítulo do livro. A renda e o nível educacional das pessoas constituem a base para o acesso à Internet; além disso, há uma divisão dos usuários por etnia. Nos EUA, por exemplo, a maioria dos usuários é composta por brancos e a minoria por afro-americanos e hispânicos (p. 204). A deficiência física também constitui uma barreira para o acesso à Internet. Ademais, a difusão da Internet no mundo ocorre de modo desigual, concentrando-se na América do Norte, na Europa Ocidental e na Ásia, enquanto América Latina, Europa Oriental, Oriente Médio e África apresentam os índices mais baixos de acesso à Internet.
Castells conclui que a Era da Internet traz novos desafios para a humanidade. Tais desafios estão correlacionados com a instabilidade no emprego, a deterioração do meio ambiente, a necessidade de regulação dos mercados e direcionamento da tecnologia, as desigualdades, a exclusão social e a educação. Castells critica o sistema educacional atual, sustentando que, na sociedade em rede, seria preciso instituir uma nova pedagogia, fundada na interatividade e no aprimoramento da capacidade de aprender e pensar. Contudo, apesar de ser visualizada como um desafio para a sociedade em rede, a questão da educação não é um tema central do livro, como o próprio autor reconhece na introdução. Esta lacuna não chega a atingir a riqueza de dados históricos e informações acerca da Era da Internet, fundamentais para as áreas da Sociologia, da Economia, da Administração, da Política e das Ciências da Computação. Castells ainda propõe uma reflexão sobre a nossa responsabilidade, enquanto seres humanos, no controle da tecnologia, sugerindo que para direcionar os artefatos tecnológicos será necessário nos conscientizarmos de que a democracia participativa e a mudança política são imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios da sociedade em rede na Era da Informação.
Postado por Claudemir Mazucheli às 19:45

MAPAS: UMA FORMA DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

Marina da Silva Barbosa











Mapas: uma forma de linguagem e comunicação.


















Faculdade de Educação São Luís
Jaboticabal - SP
2008
Marina da Silva Barbosa





Mapas: uma forma de linguagem e comunicação.












Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Educação São Luís, como exigência parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Licenciatura Plena em Geografia.


Orientador: Profº Dº Ismail Barra Mello.














Faculdade de Educação São Luís
Jaboticabal - SP
2008



















































Dedico,
Aos meus país pela minha vida e por me educarem, aos meus amigos e parceiros de sala: Josana, Fabiana, Márcia, Marcos, José Mario e Vanderlew pela força, parceria e ajuda nas horas de dificuldades, e principalmente ao meu noivo Rodrigo Legramandi pela paciência, dedicação e por sempre estar no ponto de ônibus esperando a minha volta e a todos aqueles que fazem parte da minha vida e que direta ou indiretamente contribuiu para a realização desse sonho.












AGRADECIMENTOS

A Deus por permitir que eu sonhasse, por permitir que eu tentasse, por permitir que eu realizasse e por permitir que eu concluísse.
Obrigado Senhor!!!

A “minha mãe Nossa Senhora” e a todos os Santos que intercederam por mim junto ao Senhor.

Ao Profº Ismail Barra Mello pela dedicação e contribuições nos momentos de orientação.

E a todos os meus colegas de curso.
































































O Guardador de rebanhos.

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
olhando para a direita e para a esquerda,
e de vez em quando olhando para trás...
E o que eu vejo a cada momento é aquilo que antes eu tinha visto,
e eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras...
Sinto - me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

RESUMO


Este Trabalho foi feito no sentido de demonstrar a importância dos Mapas e do Saber Cartográfico desde épocas bastante remotas até os dias atuais; o mapa é um instrumento de comunicação e linguagem tão importante que foi utilizado por praticamente quase todas as civilizações como poderá ser visto neste trabalho, ele ainda contem elementos de grande importância na elaboração e na utilização do mapa como por exemplo: a simiotica: ciência que estuda as linguagens em especial os signos, a legenda, o titulo, a escala, referenciais de localização e referenciação que representam grande importância na elaboração e na utilização do mapa, os conjuntos de signos resultaram na forma de comunicação entre o mapeador e o leitor, a má utilização desses elementos fará com que o leitor não consiga entender o que o mapa esta retratando, o papel do cartógrafo também é citado uma vez que o mapa não é feito de forma aleatória, é muito importante saber qual é o nível do leitor para que o cartógrafo possa confeccionar um mapa de fácil entendimento.




































SUMÁRIO



INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................9

1 MAPAS:UMA FORMA DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

1.1 Um breve histórico dos mapas.........................................................................................11
1. 2 A Religiosidade Retrata nos Mapas............................................................................11
1.3 Mapas Chineses.........................................................................................................................18
1.4 Os gregos na cartografia .....................................................................................................18
1.5 Decadência da cartografia na Idade Média............................................................19
1.6 Contribuição Francesa na Cartografia........................................................................20
1.7 Cartografia Portuguesa e as origens da Cartografia no Brasil.................20
1.8 Maias e Astecas na Cartografia......................................................................................18

2 MAPAS: UMA FORMA DE LINGUAGEM.

2.1 A linguagem cartográfica......................................................................................................28
2.2 Semiótica: a ciencia das linguagens............................................................................29
2.3 A Cartografia como comunicação..................................................................................35
2.4 A Legenda........................................................................................................................................36
2.5 O Titulo...............................................................................................................................................37
2.6 Os referenciais de orientação e os referenciais de localização...............38
2.7 A escala..............................................................................................................................................39

CONCLUSÃO..........................................................................................................................................43
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................44


LISTA DE FIGURAS


Figura 1 — Mapa de Ga-Sun.......................................................................................................12
FIgura 2 - Mapa das Ilhas Marschall......................................................................................13
FIgura 3 - Mapa Jainista do século XVIII............................................................................14
Figura 4 - Outra Visão do mundo.............................................................................................15
Figura 5 — Mapa cristão do século XV...............................................................................16
Figura 6 - Meca o centro de Tudo...........................................................................................17
Figura 7 -Portulano de Zheng He.............................................................................................22
Figura 8 - Método de medição da circunferência (Eratástenes).......................23
Figura 9 - O erro de Eratóstenes..............................................................................................24
Figura 10 -Orbis Terrarum.............................................................................................................25
Figura 11 -“códice vindobonense”...........................................................................................26
Figura 12- Linha de Desenvolvimento de Signos Cartográficos.......................31
Figura 13 -As Letras Cartográficas..........................................................................................32
Figura 14 - Informação Qualitativa...........................................................................................33
Figura 15 - InformaçãoQuantitativa.........................................................................................34
Figura 16 - Tripé da comunicação............................................................................................41
Figura 17 - A posição do Codificador e Decodificador..............................................42













INTRODUÇÃO


Produzir um mapa é uma arte, ele é uma linguagem, uma forma de comunicação. O Mapa retrata, tanto quanto os aspectos visíveis da natureza, quanto situações sociais, políticas, epideomologicas, ou seja, o mapa é uma ferramenta essencial na vida de qualquer cidadão.
Enfatiza - se neste trabalho a importância do Mapa como forma de linguagem e comunicação, uma vez que foi por certo tempo esquecido essa questão dentro da escola; onde se constitui a base da formação dos cidadãos, essa carência ocasionou uma geração de pessoas que não sabem se utilizar de mapas nem ao menos reconhecem uma legenda ao vê - lá, muitos não tem noções básicas da cartografia não possuem um senso de localização e espaço dificultando ainda mais a leitura do mapa.
Este trabalho esta dividido em dois Capitulo, no primeiro denominado “Um breve histórico dos mapas” vai relatar um breve histórico dos mapas, sua importância na construção de grandes civilizações e trocas de conhecimentos pelo mundo, onde veremos que diversas civilizações e paises se utilizaram dessa importante ferramenta.
No segundo, denominado “Mapas uma forma de linguagem”, abordaremos o mapa como forma de linguagem, trabalharemos a Semiótica, o significado e significante ou seja a importância dos signos no saber cartográfico. Será abordado também o mapa como meio de comunicação, onde veremos a importância de uma comunicação sem ruídos , a importância do cartógrafo para uma boa elaboração do mapa e alguns elementos básicos que compõem a estruturação do mapa.









Capitulo I

Um breve histórico dos mapas.
Segundo Joly (1997), o mapa é uma representação geográfica plana, simplificada e convencional de todo ou de parte da superfície terrestre tendo relação direta com a escala.
Conforme Joly (1997), um mapa dá uma imagem incompleta do terreno, ele nunca e uma reprodução fiel mesmo o mais detalhado dos mapas é uma simplificação da realidade.
Ainda Duarte (2002), a historia do mapa se assemelha com a história da humanidade, sendo complexa e de inesgotáveis surpresas, que são reveladas a cada documento analisado.
De acordo com Duarte (2002), desde épocas bastante remotas, os mapas eram utilizados pelos homens com varias finalidades, os de demarcar o espaço, armazenamento de conhecimentos gerais e sobre a superfície terrestre e principalmente de organizar, administrar e racionalizar o uso do espaço geográfico. Esses mapas eram confeccionados de forma bem rudimentares no passado pelo fato de utilizarem as matérias primas disponíveis da época.
O mapa é o inicio de uma aventura, viagens, caça de tesouros, guerras e explorações tornando – se visíveis com o abrir de um mapa. Com o auxilio do mapa você pode viajar para onde quiser com a rapidez de um relâmpago. Em tempos passados os mapas eram muito valiosos mas até que o próprio ouro ou a prata isso se devia pela dificuldade que alguns navegadores tinham de registrar cartograficamente as suas viagens e descobertas que na maioria das vezes se tornavam secretas por motivos comerciais e territoriais .(Duarte, 2002)
Para esses documentos rudimentares do passado até os mais modernos nos dias atuais damos hoje o nome de Cartografia, ou seja, o estudo dos mapas chama-se Estudo Cartográfico. (Duarte, 2002)
Podemos dizer que não é estranho e tão pouca novidade que o desenvolvimento da cartografia está atrelado ao da humanidade, pois à medida que a vivencia espacial do homem ia se expandindo, esta era retratada nos mapas, seja por uma questão de sobrevivência, conhecimento ou dominação. (Duarte, 2002)

1.1 Mapas Antigos.

Segundo Duarte (2002), há alguns milhares de anos foi confeccionado pelos babilônios um dos mapas mais antigo (figura1), talvez entre 2500 a 4500 a.C. Foi uma pequena placa de barro cozido que cabia na palma da mão, encontrada na Mesopotanêa, representava o Rio Eufrates e seus entornos, trazia ainda representado os pontos cardeais. Os babilônios se caracterizavam por seus estudos muito desenvolvidos e tinham a preocupação de registrar seus conhecimentos em placas de barro, utilizando de escrita cuneiforme.Já os indígenas das Ilhas Marshall utilizando-se de meios ,técnicas e materiais disponíveis da época,assim como os babilônios, eles confeccionaram outro mapa antigo importante, feito com tiras de palha e conchas, estas representavam no Oceano Pacifico a norte da Austrália ilhas da região daquele arquipélago.(figura 2)
Conforme Duarte (2002), tem sido crescente as descobertas de mapas no que diz respeito a preocupação de povos antigos em retratar a superfície terrestre de forma reduzida e elementos de seus interesses na época.
No Norte da Itália, por exemplo, foram descobertos mapas ruprestes, alguns deles representando componentes da paisagem agropastoril, inclusive com certa riqueza de detalhes. (DUARTE, 2002, P.22)

Conforme Duarte (2002), em 1963 em escavação arqueológica na região de Catal Hoyuk na Turquia foi descoberto e datado de mais ou menos seis mil anos a.C. um mapa bastante antiga que trazia representação de vulcão, o Hasan Dag em erupção ao fundo do povoado de Catal Hoyuk.
A Índia teve grande importância no desenvolvimento das ciências matemáticas, mas foram poucos documentos cartográficos indianos preservados, especialmente após a ocupação européia desta região.Em alguns mapas, percebe-se a influência das três principais religiões – budismo, hinduismo e jainismo, como a representação centralizada do monte sagrado Sumeru(figura 3); em outros casos, o universo apresenta-se estratificado verticalmente, aparecendo os mundos inferiores em que as almas ficariam transitando.(DUARTE,2002,P.23)

1. 2 A Religiosidade Retrata nos Mapas
Segundo Duarte (2002) a religiosidade e seus mitos influenciam em grandes momentos as sociedades, essa religiosidade foi bem retratada em alguns mapas como exemplo na figura4, onde retrata a partilha feita por Noé aos seus filhos dos continentes conhecidos na época (a Ásia pertencia a Sem; África a Cam ea Europa a Jafé).






Figura 1 — Mapa de Ga-Sun Considerado um dos mapas mais antigos, foi encontrado na região da Mesopotâmia. Represente o rio Eufretes e ecdsntes geográficos adjacentes. E uma pequena pieca de berro que cabe na palma da mão.
Fonte: OLIVEIRA (1983)




















FIGURA 2 - Mapa das Ilhas Marschall. Este curioso mapa é feito de tiras de fibra vegetal, representando a área oceânica do arquipélago formado pelas Ilhas Marschall, no Pacifico, a nordeste da Austrália. Algumas ilhas estão representadas por conchas presas ás tiras.
Fonte: Oliveira (1983)























FIGURA 3 - Mapa Jainista do século XVIII tem no centro o monte Meru.




































FIGURA 4 - Outra Visão do mundo. Este mapa japonês do fim do século XVIII mostra o sudeste asiático no centro do mundo. Trata - se de uma visão bastante diferente daquela que estamos acostumados a ter com os mapas ocidentais de influencia cultural eurocêntrica.
Fonte: DREYER-EIMBCKE (1992)























Figura 5 — Mapa cristão do século XV. Com a arca de Noé encalhada no monte Ararat, seus filhos repartem o repovoamento do mundo.
Fonte: O CORREIO DA UNESCO, n. 8 (1991)

























Figura 6 - Esse é um mapa feito em 1512 por um Cartógrafo Veneziano chamado Jerônimo Marini.Nele podemos observar a influência da religiosidade dos árabes na confecção dos primeiros mapa onde, Meca é o centro de tudo.












1.3 Mapas Chineses
Segundo Duarte, (2002) a China deixou na Cartografia Marcas de grandes valores históricos, sua cartografia já era bem desenvolvida antes mesmo dos Europeus se destacarem em seus primeiros trabalhos. Os governantes Chineses da época tinham uma preocupação muito grande de mapear as riquezas naturais do país.
De acordo com Duarte (2002), PeiHsiu(224 à 273d.c.),era um dos nomes mais importante e responsável na Cartografia antiga chinesa.
Conforme Duarte (2002), os Mapas da China Antiga tinham varias finalidades de retratar dados cadastrais, limites de fronteiras, documentos burocráticos, estratégia militar, reconstrução da geografia, instrumentos de adivinhações, fenômenos celestes entre outros.
Segundo Duarte, (2002) Zheng.He(1371-1433),foi um almirante responsável por um dos mais famosos mapas antigos do século XV da era Cristã , trata-se de um mapa Náutico (figura 7)
Ainda com relação à China antiga, havia uma idéia de estrutura do mundo em que este era concebido como formado por zonas concêntricas, sendo que os domínios da realeza ocupavam a primeira zona do centro, a última pertencia aos bárbaros aliados, enquanto que a primeira era reservada aos selvagens incultos (DUARTE 2002, pg.29).
1.4 Os gregos na cartografia
Segundo Duarte (2002), os Gregos tiveram uma grande importância dentro da cartografia ocidental foram muitos os estudiosos gregos que tiveram estudos marcados pela contribuição do processo evolutivo das técnicas cartográficas podemos citar como exemplo Anaximandro de Mileto (611 a 547 a.C.),que foi famoso por representar em seu mapa, o mundo até então conhecido região da Europa e Mar Mediterrâneo outro exemplo é o de Hecateu , contemporâneo que aperfeiçoou este mapa e o Erastóstenes de Cirene (276 a 196 a.C.), ele chegou até a dirigir a biblioteca de Alexandria com seus conhecimentos até médio a circunferência da terra chegando ao resultado próximo de 46 mil quilômetros ele foi quem mais se aproximou das medida atuais aproximadamente 40 mil quilômetros com a medida da circunferência ficou fácil para ele medir os raio da terra 7mil e 300 quilômetros sendo que o valor atual é de 6.370 km .
O processo por ele utilizado foi baseado num principio geométrico , considerando que os raios solares chegam á terra paralelos entre si , que a cidade de Siena ( atual Assuan) estaria no Trópico de Câncer, que acidade de Alexandria estaria à distancia de 5 mil estádios (1 estadio = 185m) de Siena e no mesmo meridiano desta...(DUARTE 2002,PG 30)
Conforme Duarte (2002), o nome, mas famoso entre os gregos foi o de Ptolomeu (90 a 168 d.C), ele tratou de vários assuntos das ciências da terra e de Astrologia em seus vários livros.dentro do assunto Cartografia ele falou a respeito das projeções sendo acompanhado de um mapa mundi e diversos outros mapas, sendo um dos Atlas mais antigo que conhecemos.
Ptolomeu representa ainda um dos mais marcos da cartografia antiga, pois suas idéias influenciaram o mundo ocidental por muitos séculos. (DUARTE 2002 p32).
1.5 Decadência da cartografia na Idade Média.
Conforme Duarte (2002), na Idade Média temos apartir de Ptolomeu, um período de decadência da cartografia, nesta época tinha - se a grande influência da Igreja Católica, em decorrência disso varias obras inclusive a de Ptolomeu foi proibida por não se enquadrar nos pensamentos da religião.
(...) A cultura dos começos da Idade Média representou sem duvida, em certos aspectos, uma volta ao barbarismo. o intelecto não só estagnou mas até mergulhou em abismo profundos de ignorância e credulidade.(BURNS,1974,p.256, apud, DUARTE 2002,p.33)
De acordo com Duarte (2002), a baixa Idade Média teve uma das mais pobres Cartografias, influenciada pela Igreja as obras da época negava tudo o que não era conveniente para a religião negava - se a esfericidade da terra e dos céus, a bíblia não podia admitir que em algum lugar os homens ficassem de cabeça para baixo em relação ao outro ponto da terra isso para a bíblia era insensato.
Ainda Duarte (2002), a Teologia na época era a mais importante das ciências tudo o que tínhamos que saber e que havia no mundo já estaria retratado nas escrituras sagradas (a bíblia).
Conforme Duarte (2002), tão grande era a influencia da Igreja que na forma de se retratar os mapas a Terra Santa era colocada no centro do Mundo. Mapas circulares de simetria bem simples na época ficaram conhecidos como Orbis Terrarum ou então mapa¨T¨ no ¨O¨(figura 10)
O Portulano um mapa de caráter científico e utilitário começou a circular ainda na idade Media ele era bem aperfeiçoado para época e surgiram dúvidas a respeito do seu centro idealizador. (Duarte 2002)
Na verdade, a perfeição que se nota nas cartas - portulanos não se pode explicar sem se admitir uma longa evolução cartográfica, a qual não consta pudesse ter principiado com os genoveses (incluindo os pisanos), venezianos ou maiorquinos. Tal perfeição não podia ter nascido repentinamente do nada. (Cortesão, 1960, p41)
Embora impropriamente atribuído, o emprego da palavra portuiano — que os marinheiros do Mediterrâneo aplicavam apenas às suas instruções
escritas de navegação, com as distâncias entre portos, sua configuração e descrição das costas, ou seja aquilo a que nós chamamos roteiros — de tal modo se generalizou, havendo até autores que chamam portulano a qualquer carta náutica ou atlas antigos, que os historiadores da Cartografia contemporizaram com a designação carta-portulano, não sem deixar de
apontar o desconchavo. Do mesmo modo, o tipo primitivo da cartaportuiano mediterrânea, que com ligeiras variantes foi reproduzido até o século XV, tem freqüentemente sido chamado portulano normal
(CORTESÃO, 1960, p39).

Varias são as suposições sobre a confecção dos mapas portulanos,alguns dos maps portulanos representavam regiões do Mar Mediterraneo, areas
litoraneas adjacentes, Mar Negro e parte do Oceano Atlantico, possuindo um sistema de rosas dos ventos e de rumos bem detalhados.(Duarte 2002)
O mapa do almirante chinês Zheng He, ao qual nos referimos páginas atlas, è um portulano, com caracteristcas próprias da cartografia chinesa(DUARTE, 2002 pg 36)
1.6 Contribuição Francesa na Cartografia.
Segundo Duarte (2002), na França o destaque foi para a família Sanson que teve com Nicolau Sanson (1600 – 1667) um maior desenvolvimento.
Os Franceses também estiveram envolvidos com as conquistas e explorações de novas terras durante a época do descobrimento, fator este que contribuiu também para o desenvolvimento da sua Cartografia, a qual, por sua vez, influenciou culturas que com franceses mantiveram contato. (DUARTE, 2002 pg. 41)

1.7 Cartografia Portuguesa e as origens da Cartografia no Brasil.
De acordo com Duarte (2002), no Brasil tivemos uma grande influência da cartografia Portuguesa que com as grandes navegações e a expansão ultramarina desenvolveram um caráter muito utilitário na época da política colonialista, tornando muito grande a produção dos mapas marítimos em Portugal.
Conforme Duarte (2002), foi com a vinda da família real para o Brasil que surgiu a cartografia em nossa nação, começamos como se pode imaginar sobre grande influencia Européia.

Em 1808, o governo imperial adota medidas visando organizar - se administrativamente, criando, desta forma a Academia da Marinha (Aviso de 05/05/1808), o Arquivo Militar (Decreto de 07/04/1808), a Tipologia Régia (decreto de 13/05/1808) e a Academia de Artilharia e Fortificação (Carta de Lei 04/12/1810).Com isso começa o rompimento da Cartografia luso - brasileira, surgindo uma Cartografia Imperial, quando a Academia da Marinha e a Escola de Artilharia e Fortificação ficariam com a incumbência de preparar os técnicos especialistas que dariam andamento aos trabalhos de ordem geográfica e Cartográfica. (DUARTE, 2002, pg. 42)

Segundo Duarte (2002), foi com a Imprensa Régia que os trabalhos de confecções de mapas nacionais deram - se inicio, o real Arquivo militar era responsável por preservar nosso acervo, e com isso tivemos a impressão de novos mapas.
1.8 Maias e Astecas na Cartografia.
Eles possuíram uma tradição cartográfico rica, apesar de termos pouco estudos destes povos. (Duarte, 2002)
Quando o explorador espanhol Hernám Cortés, em 1522, solicitou a Montezuma que lhe indica - se um local seguro para ele poder aportar com seus navios, Montezuma lhe trouxe já no outro dia um mapa contendo todo litoral e seus vários acidentes geográficos. Com isso ficou evidente que eles tinham manuscritos bem guardados como documentos que consultavam sempre que preciso.(Duarte, 2002)
Em boa parte dos mapas Maias e Astecas estudados não foram encontradas evidencias de utilização de escalas, sendo comum o exagero das dimensões de certos elementos representados, com objetivo de realça - los(Figura 14).Entretanto, a escala já aparece em alguns mapas que mostram jurisdições geográficas de feudos ou delimitações de propriedade de terras. É certo também que alguns povoados mantiveram arquivos nos quais eram guardados os documentos Cartográficos. (DUARTE, 2002 pg. 43)































Figura 7 -Portulano de Zheng He. Este mapa chinês é, além de um guia de navegação, o relato da última viagem de Zheng He, almirante d trota imperial, em meados dc século XV No alto, à esquerda, aparecem as costas da lndia, o Sri Lanka à direita e o litoral africano logo abaixo.





























Figura 8 - Método de medição da circunferência da Terra por Eratástenes. A questão fundamental “neste método seria determinar o ângulo ‘b”, formado no centro da Terra pelo prolongamento imaginário das estacas colocadas em Siena e Alexandria. Por um princípio de “Geometria, o ângulo ‘a” deve ser igual ao ‘ b’. Eratóstenes determinou o ângulo ‘a” e deduziu o “b” 7 graus e 12 minutos), equivalente a 1/50 do total. Sabendo que a distância entre as cidades era de 5 mil estádios, bastou multiplicar este valor por 50 para saber a medida da circunferência terrestre.





















Figura 9 - O erro de Eratóstenes. Alem de ser um pouco inferior a 5 mil estádios a distância entre Alexandria e Siena, outros dois fatores justificam o erro de mais ou menos 1 4°/o na medida da circunferência terrestre feita por Eratóstenes: a) Alexandria e Siena não estão no mesmo meridiano: b) Siena não está exatamente no Trópico de Câncer e sim um pouco a norte deste.






























Figura 10 -Orbis Terrarum. Mapas do tipo Orbis Terrarum foram bastante difundidos pelos romanos durante a Idade Média. Sofrendo algumas variações, acabavam por mantera estrutura geral circular, com oceanos circundando os continentes (Asia, Europa e Africa). Em muitos casos, já apareciam acidentes geográficos no interior dos continentes, tais como: rios, maces e lagos. (De modo geral, a Asia ocupava a parte superior, na qual também ficava o oriente Cleste). Às vezes, Jerusalém, a terra santa cristã, ocupava o centro.
























Figura 11 -Cenário que consta no manuscrito pré-hispânico conhecido pelo nome de “códice vindobonense”. Maias e astecas possuíam uma rico tradição cartográfica, que acabou por adquirir novas características após a conquista peios espanhóis.
Fonte: O CORREIO DA UNESCO, n. 8(1991)



















CAPÍTULO II

Mapas: uma forma de linguagem.


A utilização do mapa para chegar a um lugar desconhecido,ou consultar um guia de ruas para se localizar e escolher um caminho mais pratico, é uma tortura para muitas pessoas. Apesar de parecer uma besteira para ter sucesso
com a utilização do mapa tem que se ter uma série de conhecimentos que só são aprendidos dentro do processo de alfabetização diferente. Não se trata de letras, palavras, números, acentuações, e sim de linhas, cores e formas; vamos assim aprender a linguagem cartográfica. (Projeto Presente/Formação Geográfica, 2008)
Indispensável para o aprendizado da geografia , a cartografia transformou - se num fator importantíssimo na educação contemporânea, tanto para a utilização do aluno nas suas atividades diárias como para se estudar e compreender a seu entorno. Tendo conhecimento das características físicas, econômicas, sociais, e humanas do meio em que vive, ele pode compreender as mudanças causadas, pela ação do homem e da própria natureza ao longo do tempo (Projeto Presente /Formação Geográfica, 2008)

“Saber ler mapas faz com que a pessoa consiga pensar sobre territórios e regiões que não conhece”, explica Rosângela Doin de Almeida, professora da Universidade Estadual Paulista, membro do Grupo de Pesquisa em Cartografia Escolar e representante brasileira da International Cartography Association (ICA).
Ela afirma ainda que a tecnologia produz representações cartográficas cada vez mais sofisticadas. Sua linguagem é usada no ensino não só da Geografia, mas também da História e das Ciências em geral. “Conhecê-la significa adquirir boa parte do suporte necessário para a construção do conhecimento”, enfatiza. (PROJETO PRESENTE, FORMAÇÃO GEOGRAFICA, 2008)








2.1 A linguagem cartográfica


Conforme Joly (1997), a cartografia pode ser considerada como uma linguagem, uma vez que através de um conjunto de signos consegue exprimir um pensamento, uma necessidade de se comunicar com outras pessoas. É uma linguagem universal uma vez que seus símbolos podem ser compreendidos por todos até mesmo por aqueles que não tiveram acesso ao estudo cartográfico.
Mas linguagem exclusivamente visual e, por isso mesmo, submetida às leis fisiológicas da percepção das imagens. Conhecer as propriedades dessa linguagem para melhor utilizá-la é o objeto da semiologia gráfica, conforme o título de uma obra de 3. Bertin . A semiologia gráfica está ao mesmo tempo ligada às diversas teorias das formas e de sua representação, desenvolvidaspela psicologia contemporânea, e às teorias da informação. Aplicada à cartografia, ela permite avaliar as vantagens e os limites das variáveis visuais empregadas na simbologia cartográfica e, portanto, formular as regras de uma utilização racional da linguagem cartográfica. Encerrada durante muito tempo dentro de limites técnicos bastante restritivos, porém magnificamente superados, hoje essa linguagem se vê rápida e consideravelmente modificada pela introdução vigorosa dos métodos da informática e da automação(JOLY, 1997, Pg.13-14)

Conforme Simielli (1986), atualmente se torna cada vez mais indispensável a utilização de mapas, o cartógrafo hoje deve se basear nas necessidades e interesses de quem vai utilizar o mapa.
[...]” Por isso mesmo o cartógrafo deve conhecer subjetivamente o indivíduo que vai utilizar os mapas.”(SIMIELLI, 1986, P.72)
Ainda Simielli (1986), é de muita importância a criação de uma linguagem Cartográfica, eficaz para que o mapa possa atingir os objetivos que se esperam.
[...] “è graças aos símbolos destas linguagens que o cartógrafo materializa a sua informação intelectual.”(SIMIELLI, 1986, p. 72)
Segundo Simielli (1986), os mapas não são baseados em uma convenção qualquer, eles têm que ter um propósito e é do cartógrafo a responsabilidade de sua execução.
A cartografia possui uma linguagem que não é ainda universalmente estabelecida, representando um grande problema transcrever a ordem da informação cartográfica. (SIMIELLI, 1986, P.73)

Quanto à linguagem cartográfica em si, é conveniente ressaltar que, conforme afirma. ROBINSON (1978, p.6), o mapa possui os seguintes atributos, aqui apresentados resumidamente:
- Um mapa o conjunto de varias marcas arranjadas sobre uma folha de papel. O mapa é representacional, ou seja, um “display” bi—dimensional que observamos geralmente, de urna vez, em sua totalidade, e não em uma seqüência rígida.
- As marcas de mapas são únicas — só significam o que o cartógrafo determinou.
- As marcas do mapa têm localização, ocupando um lugar certo na folha.
- As marcas do mapa são transparentes — o “display” visual de um mapa processado como uma figura a partir da qual construímos nossa própria estrutura, conforme o caráter gráfico do “display” e de nosso conhecimento geográfico.
- mapa tem a qualidade de imagem, pois é espaço representando espaço.
- O mapa tem a qualidade de estrutura, possibilitando a inferência geográfica indutiva.(SIMIELI, 1986, p. 73-74).

2.2 Semiótica: a ciencia das linguagens

Segundo Simielli (1986), precisamos da Semiótica, a ciencia geral das linguagens, mais especificamente dos signos para podermos enterder plenamente a Linguagem Cartografica.
Especificamente, a semiologia gráfica trata dos estudos “[...] dos símbolos gráficos, suas propriedades e suas relações com os elementos da informação que eles revelam”(MELLO,2007, p.22, apud, OLIVEIRA, 1993a, p.507)
O signo é a representação do proprio objeto, ele é sempre interpretado por um interprete que vai associar o signo com o significado.(Simieli,1986).(figura 12)
Segundo Simielli (1986), são 2 os aspectos dos signos: o significante que é o concreto o real do signo eo significado que é o impalpavel o atributo do signo.O resultado dos dois aspectos é a significação.
... “Por isso o signo é representativo,ocupando o lugar das coisas e não nas coisas”.(SIMIELLI, 1986, P.76)
Toda essa colocação abrange o aspecto denotativo da semiótica( o código denotativo envolve o significado imediato do signo).No entanto, é possível dar um segundo significado à expressão,com um novo conteúdo passando - se assim para o aspecto conotativo.Como exemplo poderíamos citar uma lista de situações que perderam o seu sentido inicial e se transformaram em signos:”João agiu como um cão”(a. CITELLI - 1985, p.70). A palavra cão está conotando um comportamento. (SIMIELI, 1986, p.76)

De acordo com Simielli (1986), são importantes os códigos denotativos e conotativos tanto para a confecção quanto para a utilização dos mapas. Temos que criar uma linguagem própria para a produção e leitura dos mapas.
Segundo Duarte (2002), o código é uma convenção, uma amarra entre o entendimento do signo, ele que vai determinar a interação entre o Significante que é um estimulo físico e o significado que é a idéia.
Na tentativa de se chegar a um alfabeto cartográfico, BOARD (1977) propõe AS LETRAS CARTOGRÁFICAS (Figura 13) a partir das sugest6es de L. RATAJSKI, (1975) que descreve as combinações das variáveis gráficas em três dimensões: ponto, linha e área. (SIMIELLI, 1986, p.77)
Dentro deste mesmo raciocínio MUEHRCKE (1983) sugere símbolos para a representação qualitativa (Figura 14) - INFORMAÇÃO QUALITATIVA e para a representação quantitativa (Figura 15) - INFORMAÇÃO QUANTITATIVA. (SIMIELLI, 1986, p.77)
Conforme Duarte (2002), ao planejar um mapa a escolha dos símbolos para a sua elaboração é muito importante, temos que utiliza-los de acordo com o nível de informação que pretendemos transmitir, podendo ser de nível quantitativo, nível qualitativo e ainda ordenado, seletivo e associativo.
Nível qualitativo: Pode ser usado quando o documento cartográfico permite que sejam extraídas informações sobre as propriedades ou atributos dos elementos representados não havendo nenhuma intervenção do autor[...] (DUARTE, 2002, pg.189)
Nível quantitativo: deve ser usado quando queremos mostrar grandezas dos elementos representados. (DUARTE, 2002, pg.189)
Nível ordenado: quando a representação expressa uma hierarquia ou uma ordem dos elementos. (DUARTE, 2002, pg.189)
Nível Seletivo: quando a intenção é mostrar a distinção dos elementos entre si. (DUARTE, 2002, pg.190)
Nível associativo: quando os elementos no mapa ficam agrupados de acordo com determinadas características comuns. (DUARTE, 2002, pg. 190)

















Linha de Desenvolvimento de Signos Cartográficos.
GERBER - 1984




Figura 12
Fonte: GERBER, Rod. - 1984, p. 100











As Letras Cartográficas.
BOARD - 1997







Figura 13
Fonte: BOARD, Christopher - 1977, p. 52.






















Informação Qualitativa.
MUEHRCKE - 1983












Figura 14
Fonte: MUEHRCKE, Phillip C. - 1983, p. 62














Informação Quantitativa.
MUEHRCKE - 1983











Figura 15
Fonte: MUEHRCKE, Phillip C. - 1983, p. 63


2.3 A Cartografia como comunicação.



Segundo Mello (2007), a forma como o cartógrafo usa para enviar a mensagem codificada da realidade para um usuário através dos símbolos da linguagem cartográfica chama-se Comunicação Cartográfica.
Segundo Mello (2007), mapas diferentes podem representar um mesmo lugar.
Segundo Mello (2007), o mapa é sempre criado com uma finalidade, com um propósito sendo assim um mesmo lugar poderá ser representado por mapas diferentes uma vez que cada lugar tem suas particularidades e que vai depender do cartógrafo qual a particularidade que será transmitida.
A pessoa responsável pela elaboração de uma representação, seja um aluno, um cartógrafo, uma pessoa que se utiliza da representação para mostrar resultados de uma pesquisa etc. deverá fazê-la com rigor para que a informação possa ser lida facilmente. Um mapa que é a representação de aspectos, características, fenômenos de um espaço determinado, deve ser construído para que se torne um meio de comunicação/informação para aqueles que se utiliza de mapas com os objetivos mais variados: localizar, consultar roteiros, descobrir as distâncias entre lugares, conhecer características gerais de uma localidade etc.(SANTOS O., LEMES, MAIO. SANTOS, 2008, pg. 18450
A escolha do tema, da projeção, da escala, entre outros, são decisões que atendem a determinado objetivo, logo tais escolhas serão diferentes para objetivos diferentes. (MELLO, 2007, pg.104,105)
Um mapa é uma forma de comunicação. Ele conjuga as propriedades da linguagem visual, expressa na imagem formada pelo arranjo de tonalidades, cores, formas e texturas, com a linguagem sonora (escrita), presente no título, na legenda, na toponímia (os nomes dos lugares ou objetos) e em outras partes do mapa. (OLIVEIRA, 2004, pg. 1)

Ao decidir por essa ou aquela escolha, o mapeador estará representando graficamente o lugar de acordo com o seu ponto de vista, quer dizer, o mapa por ele confeccionado é fruto, acima de tudo, daquilo que ele vê da realidade, com todos os seus filtros culturais, e é por meio dele que selecionará o que julga ser relevante para que conste da sua representação. (MELLO, 2007, PG 104 - 105)

Segundo Mello (2007), para elaborar o mapa o mapeador seleciona a realidade. Ele não observa aleatoriamente e sim segue seus objetivos definidos previamente e ele pode usar como fonte outros mapas ou o próprio meio geográfico.
Tal observação gera no mapeador um efeito, que se refere à realidade de acordo com os seus filtros culturais, informação seletiva, que será convertida em informação cartográfica, que será transcrita por meio da linguagem cartográfica para uma superfície plana, transformando o modelo intelectual multidimensional da realidade em um modelo bidimensional. O usuário, de posse desse mapa, sofrerá um efeito dessa informação, quer dizer, o modo de ver a realidade poderá ser alterado, dependendo dos conhecimentos do usuário (MELO, 2007, p. 105).

Conforme Simielli (1986), para se entender a comunicação cartográfica o primeiro passo é entender o tripé da comunicação que é: o cartógrafo, mapa e o usuário e assim podemos reproduzir a teoria geral da comunicação.(Figura16)
Segundo Simielli (1986), no sistema da comunicação cartográfica temos o codificador e o decodificador ambos assume papeis importantes, pois um vai codificar o mapa e o outro vai decodificar, ou seja, um vai dar características que o outro terá que interpretar e assim estabelecendo uma comunicação sem ruídos.(Figura 17)
De acordo com Simielli (1986), o ruído na comunicação é quando o cartógrafo envia o mapa (comunicação) e o usuário (leitor) não consegue entender.
O sucesso do uso do mapa repousa na sua eficácia quanto à transmissão da informação espacial, sendo o ideal desta transmissão a obtenção, pelo leitor, da totalidade da informação contida no mapa. (SIMIELLI, 1986, pg.85)
O mapeamento está centrado na capacidade de o indivíduo posicionar-se criticamente frente aos aspectos encontrados no espaço geográfico e procurar, a partir de questionamentos, problematizar uma situação que aflige a sociedade na qual está inserido. Dessa forma, o licenciando assume o papel do mapeador, registrando o que considera importante a partir de sua visão, do seu espaço vivido e dos valores atribuídos a esse espaço. Esse mapeamento deve ser entendido como processo (SEEMANN, 2002). O trabalho de campo e de sala de aula completa-se num constante crescente, por que: (MELLO, 2007, PG.106).
“[...] a observação direta se inicia na sala de aula, com o preparo do roteiro das excursões, das visitas e dos levantamentos e vai-se desenvolver no campo, para terminar na sala de aula. Os alunos trazem os dados, as amostras, as anotações para serem trabalhadas, manipuladas e estudadas na classe. Deve haver um intercâmbio intenso e contínuo entre as atividades dentro e fora da sala de aula. A observação direta se completa com a indireta” (MELLO, 2007, pg. 106 , apud, OLIVEIRA, 1967, p.15, grifo nosso)

Segundo Oliveira (2004), alguns conhecimentos são necessários para que a comunicação cartográfica aconteça de forma com que sua elaboração e compreensão seja mais precisa, conhecimentos esses que são: o titulo, referenciais de orientação e localização, a escala e especialmente a legenda .


2.4 A Legenda
Segundo Oliveira (2004), a legenda é tão importante na construção do mapa como no entendimento e na leitura que podemos até dizer que ela é a alma do mapa,
O processo de comunicação cartográfica passa, necessariamente, pela concepção da simbologia que será lançada no mapa e sua correspondente significação, que será expressa na legenda. (OLIVEIRA, 2004, pg. 2)
A legenda apresenta a codificação expressa no mapa, indicando os signos que compõe a imagem e a relação entre os diferentes significantes (cores, formas, texturas etc.) e seus respectivos significados (o que eles representam). (OLIVEIRA, 2004, pg. 2)
[...] “ao olharmos para um mapa, um quadro, uma figura ilustrativa qualquer, o que nos chama a atenção primeiramente é a imagem como um todo, a alternância entre claro e escuro, o arranjo de cores, formas e texturas. Só num segundo momento há a necessidade de decodificar tal imagem: o que significam os tons claros e escuros? E as cores, as formas, as texturas? Por outro lado, alguns signos apresentam uma certa universalidade, na medida em que sua compreensão prescinde da necessidade da legenda, pois o domínio de seus significados é bastante amplo. Isso se considerarmos tais signos em determinados contextos socioculturais e históricos. É o caso, por exemplo, dos símbolos matemáticos, dos sinais de trânsito, das partituras musicais, entre muitos outros[...]”(OLIVEIRA, 2004, pg. 2)

Conforme Duarte (2002), a legenda deve ser de forma que o significado da simbologia contida nela seja objetiva, assim o leitor conseguira fazer a relação de forma clara do significado com o significante.
Segundo Oliveira (2002), a legenda deve ser elaborada de forma condizente a informação que o mapa esteja transmitindo, ela não pode ser feita de forma aleatória e não pode haver distorções para poder assim colaborar com o papel de comunicar determinada informação.

2.5 O Titulo

O título de um mapa é o seu “portal de entrada”. Ele deve expressar, com clareza e objetividade, qual o tema que está sendo representado. (OLIVEIRA, 2004, pg. 6)
Conforme Oliveira (2004), o titulo tem que sempre aparecer em estaque para poder chamar a atenção do leitor, sendo assim, o uso das letras em negrito e a fonte maior do que outras utilizadas no mapa é uma forma de fazer com que atraia o olhar do leitor, a sua localização não precisa necessariamente seguir um padrão vale - se ai do bom senso.
Por fim, é bom esclarecer que o título não se confunde com o tema, embora deva fazer menção a ele. Às vezes o título pode ser criado de forma a despertar o interesse do leitor para a construção cartográfica, valendo-se, por exemplo, de uma frase de impacto. Isso é comum em periódicos, como jornais e revistas. Nesses casos, é importante que exista um subtítulo que traga com clareza os recortes temático, espacial e, se for o caso, também o temporal. E tanto o título como o subtítulo devem ser coerentes com a legenda, que formará a imagem da representação cartográfica. (OLIVEIRA, 2004, pg.7)


2.6 Os referenciais de orientação e os referenciais de localização

O referencial de orientação em um mapa é geralmente dado pela presença de uma rosa-dos-ventos , que indica a posição dos pontos cardeais e colaterais (e, às vezes, também os subcolaterais).(OLIVEIRA, 2004, pg.7)
Conforme Oliveira (2004), desde os tempos das grandes navegações que a orientação dos mapas é feita pelo posicionamento do norte na parte de cima eo sul na parte de baixo tendo o leste a direita e o oeste a esquerda, sendo tudo isso meras convenções herdadas dos europeus.
A falta do hábito do manuseio de mapas – reflexo novamente da falta de uma alfabetização cartográfica – faz com que mesmo a colocação dos pontos cardeais possa não ter o efeito de facilitara orientação do leitor.(OLIVEIRA, 2004, pg.8)
No dia-a-dia, nem sempre nos valemos desses referenciais para os deslocamentos em nossos espaços de convivência (a cidade, o campo). Os referenciais fixos, como bairros, quadras, ruas, fazendas, estradas, rios etc. nos são mais familiares e são a eles que recorremos quando queremos nos localizar e, por conseqüência, nos orientar. (OLIVEIRA, 2004, pg. 8-9)

De certa forma, como visto no item anterior, os referenciais de localização se confundem com os de orientação, já que sua origem é basicamente a mesma: a observação astronômica dos movimentos realizados pela Terra [...] (OLIVEIRA, 2004, pg. 9)
As coordenadas geográficas indicam os valores em graus, minutos e segundos (e demais subdivisões), oriundos de um cruzamento de um paralelo e um meridiano, tendo como referências (para início da contagem dos valores) a linha do equador (paralelo zero) e a linha de Greenwich (meridiano zero). (OLIVEIRA, 2004, pg. 9)
Assim como ocorre com a linguagem visual, expressa pela legenda, é preciso adequar o mapa à sua função de comunicar uma informação, como a localização de objetos/lugares, da maneira mais clara possível. (OLIVEIRA, 2004, pg 12)
Segundo Oliveira (2004), a linguagem tem que ser adaptada conforme a necessidade do mapeador, se vai ser preciso indicar a localização que esta sendo mapeada dentro de um contexto maior ou a sua posição em relação à outras cidades, se for um bairro seu posicionamento dentro do municipio assim por diante, o importante vai ser chegar ao seu objetivo em relação ao que ele esta tentando transmitir ou usuário final, o leitor.

2.7 A escala

A escala cartográfica corresponde à relação entre as medidas lineares em um mapa e suas correspondentes verdadeiras na superfície real. (OLIVEIRA, 2004, pg. 12)
Segundo Duarte (2002), a escala serve para informar quantas vezes o real foi reduzido, quanto menos espaço real for reduzido maior será a escala e terá mais riquezas de detalhes, quanto mais espaço for reduzido menor a escala e terá menor quantidade de detalhes.
É geralmente apresentada como uma fração, já que se trata de uma correspondência matemática, como por exemplo: 1/10.000, que indica que 1 unidade no mapa corresponde a 10.000 unidades no terreno. (OLIVEIRA, 2004, pg. 12)
Conforme Duarte (2002), temos alem da escala numérica a escala gráfica, onde a finalidade será a mesma, o que vai mudar é que em vez de números usaremos o gráfico.
Somente o modo de expressar a relação entre as dimensões do desenho e da realidade é que modifica. Em lugar de se fazer por meio de números separados por dois pontos, faz se por meio de um gráfico. (DUARTE, 2002, pg.117)
Sendo assim, a escala também interfere no processo de comunicação cartográfica. A escolha de um trabalho com escalas pequenas, médias ou grandes irá definir, em parte, o que poderá ser representado no mapa. Dependendo das pretensões de quem constrói o mapa será preciso trabalhar com múltiplas escalas: ora ampliando para escalas grandes (como um zoom) alguns locais que se queira detalhar (como geralmente é feito em mapas turísticos de regiões centrais de certas cidades), ora reduzindo para escalas pequenas, como para contextualizar a área principal que está sendo retratada, demonstrando como ela se insere numa região maior (num município, num estado ou mesmo no planeta).(OLIVEIRA, 2004, pg.13)

Conforme Oliveira (2004), assim como os itens já vistos a escolha da legenda dependera dos objetivos de quem esta confeccionando o mapa, ele deve ser conivente com a verdade, pois não pode transmitir algo que não condiz com o real, trazendo interpretações erronias como, por exemplo, uma redução maior do que a realidade.






















































Tripé da comunicação






Fonte: Robison, Arthur H & Petchenik, B. B. - 1977, p. 95
Figura 16





































A posição do Codificador e Decodificador.
Em um sistema de codificação simples.
Laboratório de Cartografia da universidade de Wisconsin - 1975




Sistema de Comunicação Generalizado.
BOARD - 1967





FONTE: ROBINSON, Arthur H. & PETCHENIK, Barbara B. - 1977,p.96
Figura 17













Conclusão



Atravéz do trabalho realizado percebemos que o mapa é uma forma de linguagem e comunicação tão importante quanto a escrita. O mapa é tão importante que quase todas as civilizações já conhecidas se utilizaram dessa importante ferramenta.
Ele esta presente em nossas vidas todos os dias e muitas pessoas não se utilizam dessa importante ferramenta por falta de conhecimento cartográfico, hoje o conhecimento Cartográfico vem sendo desenvolvido nas escolas e esse trabalho traz alguns conceitos e trabalha como um cartógrafo deve elaborar um mapa de forma a transmitir a mensagem de maneira clara para o leitor.
O ensino do mapa deve continuar a se expandir de forma que a chegarmos a uma alfabetização cartográfica eficaz.












































Referências


Cartografia Tematica no Ensino Fundamental: Uma Abordagem Pratica, 2006.Disponivel em www.unicepg.univap.br/inic-2006.


Duarte, Paulo Araújo, Fundamentos de Cartografia. Florianópolis: UFSC 2002.


Simielli, Maria Elena Ramos,
Joly, Fernando, A Cartografia.Campinas: Papirus,1997.


Melo, Ismail Barra Nova de Proposição de uma cartografia escolar no ensino superior. Rio Claro: 2007 157f. Tese.


Oliveira, Ivanilton José, A Linguagem dos Mapas: Utilizandoo a Cartografia para Comunicar. Revista UNICIENCIA. Goiás, 2004.Disponivel em www.observatoriogoiais.com.br


Projeto Presente/Formação Geográfica, Cartografia: a Linguagem da Geografia. 2008. Disponível em www.projetopresente.com.br


Simielli, Maria Elena Ramos, O Mapa Como Meio de Comunicação.São Paulo: 1986 205f. Tese.