segunda-feira, 10 de maio de 2010

MAPAS: UMA FORMA DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

Marina da Silva Barbosa











Mapas: uma forma de linguagem e comunicação.


















Faculdade de Educação São Luís
Jaboticabal - SP
2008
Marina da Silva Barbosa





Mapas: uma forma de linguagem e comunicação.












Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Educação São Luís, como exigência parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Licenciatura Plena em Geografia.


Orientador: Profº Dº Ismail Barra Mello.














Faculdade de Educação São Luís
Jaboticabal - SP
2008



















































Dedico,
Aos meus país pela minha vida e por me educarem, aos meus amigos e parceiros de sala: Josana, Fabiana, Márcia, Marcos, José Mario e Vanderlew pela força, parceria e ajuda nas horas de dificuldades, e principalmente ao meu noivo Rodrigo Legramandi pela paciência, dedicação e por sempre estar no ponto de ônibus esperando a minha volta e a todos aqueles que fazem parte da minha vida e que direta ou indiretamente contribuiu para a realização desse sonho.












AGRADECIMENTOS

A Deus por permitir que eu sonhasse, por permitir que eu tentasse, por permitir que eu realizasse e por permitir que eu concluísse.
Obrigado Senhor!!!

A “minha mãe Nossa Senhora” e a todos os Santos que intercederam por mim junto ao Senhor.

Ao Profº Ismail Barra Mello pela dedicação e contribuições nos momentos de orientação.

E a todos os meus colegas de curso.
































































O Guardador de rebanhos.

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
olhando para a direita e para a esquerda,
e de vez em quando olhando para trás...
E o que eu vejo a cada momento é aquilo que antes eu tinha visto,
e eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras...
Sinto - me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

RESUMO


Este Trabalho foi feito no sentido de demonstrar a importância dos Mapas e do Saber Cartográfico desde épocas bastante remotas até os dias atuais; o mapa é um instrumento de comunicação e linguagem tão importante que foi utilizado por praticamente quase todas as civilizações como poderá ser visto neste trabalho, ele ainda contem elementos de grande importância na elaboração e na utilização do mapa como por exemplo: a simiotica: ciência que estuda as linguagens em especial os signos, a legenda, o titulo, a escala, referenciais de localização e referenciação que representam grande importância na elaboração e na utilização do mapa, os conjuntos de signos resultaram na forma de comunicação entre o mapeador e o leitor, a má utilização desses elementos fará com que o leitor não consiga entender o que o mapa esta retratando, o papel do cartógrafo também é citado uma vez que o mapa não é feito de forma aleatória, é muito importante saber qual é o nível do leitor para que o cartógrafo possa confeccionar um mapa de fácil entendimento.




































SUMÁRIO



INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................9

1 MAPAS:UMA FORMA DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

1.1 Um breve histórico dos mapas.........................................................................................11
1. 2 A Religiosidade Retrata nos Mapas............................................................................11
1.3 Mapas Chineses.........................................................................................................................18
1.4 Os gregos na cartografia .....................................................................................................18
1.5 Decadência da cartografia na Idade Média............................................................19
1.6 Contribuição Francesa na Cartografia........................................................................20
1.7 Cartografia Portuguesa e as origens da Cartografia no Brasil.................20
1.8 Maias e Astecas na Cartografia......................................................................................18

2 MAPAS: UMA FORMA DE LINGUAGEM.

2.1 A linguagem cartográfica......................................................................................................28
2.2 Semiótica: a ciencia das linguagens............................................................................29
2.3 A Cartografia como comunicação..................................................................................35
2.4 A Legenda........................................................................................................................................36
2.5 O Titulo...............................................................................................................................................37
2.6 Os referenciais de orientação e os referenciais de localização...............38
2.7 A escala..............................................................................................................................................39

CONCLUSÃO..........................................................................................................................................43
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................44


LISTA DE FIGURAS


Figura 1 — Mapa de Ga-Sun.......................................................................................................12
FIgura 2 - Mapa das Ilhas Marschall......................................................................................13
FIgura 3 - Mapa Jainista do século XVIII............................................................................14
Figura 4 - Outra Visão do mundo.............................................................................................15
Figura 5 — Mapa cristão do século XV...............................................................................16
Figura 6 - Meca o centro de Tudo...........................................................................................17
Figura 7 -Portulano de Zheng He.............................................................................................22
Figura 8 - Método de medição da circunferência (Eratástenes).......................23
Figura 9 - O erro de Eratóstenes..............................................................................................24
Figura 10 -Orbis Terrarum.............................................................................................................25
Figura 11 -“códice vindobonense”...........................................................................................26
Figura 12- Linha de Desenvolvimento de Signos Cartográficos.......................31
Figura 13 -As Letras Cartográficas..........................................................................................32
Figura 14 - Informação Qualitativa...........................................................................................33
Figura 15 - InformaçãoQuantitativa.........................................................................................34
Figura 16 - Tripé da comunicação............................................................................................41
Figura 17 - A posição do Codificador e Decodificador..............................................42













INTRODUÇÃO


Produzir um mapa é uma arte, ele é uma linguagem, uma forma de comunicação. O Mapa retrata, tanto quanto os aspectos visíveis da natureza, quanto situações sociais, políticas, epideomologicas, ou seja, o mapa é uma ferramenta essencial na vida de qualquer cidadão.
Enfatiza - se neste trabalho a importância do Mapa como forma de linguagem e comunicação, uma vez que foi por certo tempo esquecido essa questão dentro da escola; onde se constitui a base da formação dos cidadãos, essa carência ocasionou uma geração de pessoas que não sabem se utilizar de mapas nem ao menos reconhecem uma legenda ao vê - lá, muitos não tem noções básicas da cartografia não possuem um senso de localização e espaço dificultando ainda mais a leitura do mapa.
Este trabalho esta dividido em dois Capitulo, no primeiro denominado “Um breve histórico dos mapas” vai relatar um breve histórico dos mapas, sua importância na construção de grandes civilizações e trocas de conhecimentos pelo mundo, onde veremos que diversas civilizações e paises se utilizaram dessa importante ferramenta.
No segundo, denominado “Mapas uma forma de linguagem”, abordaremos o mapa como forma de linguagem, trabalharemos a Semiótica, o significado e significante ou seja a importância dos signos no saber cartográfico. Será abordado também o mapa como meio de comunicação, onde veremos a importância de uma comunicação sem ruídos , a importância do cartógrafo para uma boa elaboração do mapa e alguns elementos básicos que compõem a estruturação do mapa.









Capitulo I

Um breve histórico dos mapas.
Segundo Joly (1997), o mapa é uma representação geográfica plana, simplificada e convencional de todo ou de parte da superfície terrestre tendo relação direta com a escala.
Conforme Joly (1997), um mapa dá uma imagem incompleta do terreno, ele nunca e uma reprodução fiel mesmo o mais detalhado dos mapas é uma simplificação da realidade.
Ainda Duarte (2002), a historia do mapa se assemelha com a história da humanidade, sendo complexa e de inesgotáveis surpresas, que são reveladas a cada documento analisado.
De acordo com Duarte (2002), desde épocas bastante remotas, os mapas eram utilizados pelos homens com varias finalidades, os de demarcar o espaço, armazenamento de conhecimentos gerais e sobre a superfície terrestre e principalmente de organizar, administrar e racionalizar o uso do espaço geográfico. Esses mapas eram confeccionados de forma bem rudimentares no passado pelo fato de utilizarem as matérias primas disponíveis da época.
O mapa é o inicio de uma aventura, viagens, caça de tesouros, guerras e explorações tornando – se visíveis com o abrir de um mapa. Com o auxilio do mapa você pode viajar para onde quiser com a rapidez de um relâmpago. Em tempos passados os mapas eram muito valiosos mas até que o próprio ouro ou a prata isso se devia pela dificuldade que alguns navegadores tinham de registrar cartograficamente as suas viagens e descobertas que na maioria das vezes se tornavam secretas por motivos comerciais e territoriais .(Duarte, 2002)
Para esses documentos rudimentares do passado até os mais modernos nos dias atuais damos hoje o nome de Cartografia, ou seja, o estudo dos mapas chama-se Estudo Cartográfico. (Duarte, 2002)
Podemos dizer que não é estranho e tão pouca novidade que o desenvolvimento da cartografia está atrelado ao da humanidade, pois à medida que a vivencia espacial do homem ia se expandindo, esta era retratada nos mapas, seja por uma questão de sobrevivência, conhecimento ou dominação. (Duarte, 2002)

1.1 Mapas Antigos.

Segundo Duarte (2002), há alguns milhares de anos foi confeccionado pelos babilônios um dos mapas mais antigo (figura1), talvez entre 2500 a 4500 a.C. Foi uma pequena placa de barro cozido que cabia na palma da mão, encontrada na Mesopotanêa, representava o Rio Eufrates e seus entornos, trazia ainda representado os pontos cardeais. Os babilônios se caracterizavam por seus estudos muito desenvolvidos e tinham a preocupação de registrar seus conhecimentos em placas de barro, utilizando de escrita cuneiforme.Já os indígenas das Ilhas Marshall utilizando-se de meios ,técnicas e materiais disponíveis da época,assim como os babilônios, eles confeccionaram outro mapa antigo importante, feito com tiras de palha e conchas, estas representavam no Oceano Pacifico a norte da Austrália ilhas da região daquele arquipélago.(figura 2)
Conforme Duarte (2002), tem sido crescente as descobertas de mapas no que diz respeito a preocupação de povos antigos em retratar a superfície terrestre de forma reduzida e elementos de seus interesses na época.
No Norte da Itália, por exemplo, foram descobertos mapas ruprestes, alguns deles representando componentes da paisagem agropastoril, inclusive com certa riqueza de detalhes. (DUARTE, 2002, P.22)

Conforme Duarte (2002), em 1963 em escavação arqueológica na região de Catal Hoyuk na Turquia foi descoberto e datado de mais ou menos seis mil anos a.C. um mapa bastante antiga que trazia representação de vulcão, o Hasan Dag em erupção ao fundo do povoado de Catal Hoyuk.
A Índia teve grande importância no desenvolvimento das ciências matemáticas, mas foram poucos documentos cartográficos indianos preservados, especialmente após a ocupação européia desta região.Em alguns mapas, percebe-se a influência das três principais religiões – budismo, hinduismo e jainismo, como a representação centralizada do monte sagrado Sumeru(figura 3); em outros casos, o universo apresenta-se estratificado verticalmente, aparecendo os mundos inferiores em que as almas ficariam transitando.(DUARTE,2002,P.23)

1. 2 A Religiosidade Retrata nos Mapas
Segundo Duarte (2002) a religiosidade e seus mitos influenciam em grandes momentos as sociedades, essa religiosidade foi bem retratada em alguns mapas como exemplo na figura4, onde retrata a partilha feita por Noé aos seus filhos dos continentes conhecidos na época (a Ásia pertencia a Sem; África a Cam ea Europa a Jafé).






Figura 1 — Mapa de Ga-Sun Considerado um dos mapas mais antigos, foi encontrado na região da Mesopotâmia. Represente o rio Eufretes e ecdsntes geográficos adjacentes. E uma pequena pieca de berro que cabe na palma da mão.
Fonte: OLIVEIRA (1983)




















FIGURA 2 - Mapa das Ilhas Marschall. Este curioso mapa é feito de tiras de fibra vegetal, representando a área oceânica do arquipélago formado pelas Ilhas Marschall, no Pacifico, a nordeste da Austrália. Algumas ilhas estão representadas por conchas presas ás tiras.
Fonte: Oliveira (1983)























FIGURA 3 - Mapa Jainista do século XVIII tem no centro o monte Meru.




































FIGURA 4 - Outra Visão do mundo. Este mapa japonês do fim do século XVIII mostra o sudeste asiático no centro do mundo. Trata - se de uma visão bastante diferente daquela que estamos acostumados a ter com os mapas ocidentais de influencia cultural eurocêntrica.
Fonte: DREYER-EIMBCKE (1992)























Figura 5 — Mapa cristão do século XV. Com a arca de Noé encalhada no monte Ararat, seus filhos repartem o repovoamento do mundo.
Fonte: O CORREIO DA UNESCO, n. 8 (1991)

























Figura 6 - Esse é um mapa feito em 1512 por um Cartógrafo Veneziano chamado Jerônimo Marini.Nele podemos observar a influência da religiosidade dos árabes na confecção dos primeiros mapa onde, Meca é o centro de tudo.












1.3 Mapas Chineses
Segundo Duarte, (2002) a China deixou na Cartografia Marcas de grandes valores históricos, sua cartografia já era bem desenvolvida antes mesmo dos Europeus se destacarem em seus primeiros trabalhos. Os governantes Chineses da época tinham uma preocupação muito grande de mapear as riquezas naturais do país.
De acordo com Duarte (2002), PeiHsiu(224 à 273d.c.),era um dos nomes mais importante e responsável na Cartografia antiga chinesa.
Conforme Duarte (2002), os Mapas da China Antiga tinham varias finalidades de retratar dados cadastrais, limites de fronteiras, documentos burocráticos, estratégia militar, reconstrução da geografia, instrumentos de adivinhações, fenômenos celestes entre outros.
Segundo Duarte, (2002) Zheng.He(1371-1433),foi um almirante responsável por um dos mais famosos mapas antigos do século XV da era Cristã , trata-se de um mapa Náutico (figura 7)
Ainda com relação à China antiga, havia uma idéia de estrutura do mundo em que este era concebido como formado por zonas concêntricas, sendo que os domínios da realeza ocupavam a primeira zona do centro, a última pertencia aos bárbaros aliados, enquanto que a primeira era reservada aos selvagens incultos (DUARTE 2002, pg.29).
1.4 Os gregos na cartografia
Segundo Duarte (2002), os Gregos tiveram uma grande importância dentro da cartografia ocidental foram muitos os estudiosos gregos que tiveram estudos marcados pela contribuição do processo evolutivo das técnicas cartográficas podemos citar como exemplo Anaximandro de Mileto (611 a 547 a.C.),que foi famoso por representar em seu mapa, o mundo até então conhecido região da Europa e Mar Mediterrâneo outro exemplo é o de Hecateu , contemporâneo que aperfeiçoou este mapa e o Erastóstenes de Cirene (276 a 196 a.C.), ele chegou até a dirigir a biblioteca de Alexandria com seus conhecimentos até médio a circunferência da terra chegando ao resultado próximo de 46 mil quilômetros ele foi quem mais se aproximou das medida atuais aproximadamente 40 mil quilômetros com a medida da circunferência ficou fácil para ele medir os raio da terra 7mil e 300 quilômetros sendo que o valor atual é de 6.370 km .
O processo por ele utilizado foi baseado num principio geométrico , considerando que os raios solares chegam á terra paralelos entre si , que a cidade de Siena ( atual Assuan) estaria no Trópico de Câncer, que acidade de Alexandria estaria à distancia de 5 mil estádios (1 estadio = 185m) de Siena e no mesmo meridiano desta...(DUARTE 2002,PG 30)
Conforme Duarte (2002), o nome, mas famoso entre os gregos foi o de Ptolomeu (90 a 168 d.C), ele tratou de vários assuntos das ciências da terra e de Astrologia em seus vários livros.dentro do assunto Cartografia ele falou a respeito das projeções sendo acompanhado de um mapa mundi e diversos outros mapas, sendo um dos Atlas mais antigo que conhecemos.
Ptolomeu representa ainda um dos mais marcos da cartografia antiga, pois suas idéias influenciaram o mundo ocidental por muitos séculos. (DUARTE 2002 p32).
1.5 Decadência da cartografia na Idade Média.
Conforme Duarte (2002), na Idade Média temos apartir de Ptolomeu, um período de decadência da cartografia, nesta época tinha - se a grande influência da Igreja Católica, em decorrência disso varias obras inclusive a de Ptolomeu foi proibida por não se enquadrar nos pensamentos da religião.
(...) A cultura dos começos da Idade Média representou sem duvida, em certos aspectos, uma volta ao barbarismo. o intelecto não só estagnou mas até mergulhou em abismo profundos de ignorância e credulidade.(BURNS,1974,p.256, apud, DUARTE 2002,p.33)
De acordo com Duarte (2002), a baixa Idade Média teve uma das mais pobres Cartografias, influenciada pela Igreja as obras da época negava tudo o que não era conveniente para a religião negava - se a esfericidade da terra e dos céus, a bíblia não podia admitir que em algum lugar os homens ficassem de cabeça para baixo em relação ao outro ponto da terra isso para a bíblia era insensato.
Ainda Duarte (2002), a Teologia na época era a mais importante das ciências tudo o que tínhamos que saber e que havia no mundo já estaria retratado nas escrituras sagradas (a bíblia).
Conforme Duarte (2002), tão grande era a influencia da Igreja que na forma de se retratar os mapas a Terra Santa era colocada no centro do Mundo. Mapas circulares de simetria bem simples na época ficaram conhecidos como Orbis Terrarum ou então mapa¨T¨ no ¨O¨(figura 10)
O Portulano um mapa de caráter científico e utilitário começou a circular ainda na idade Media ele era bem aperfeiçoado para época e surgiram dúvidas a respeito do seu centro idealizador. (Duarte 2002)
Na verdade, a perfeição que se nota nas cartas - portulanos não se pode explicar sem se admitir uma longa evolução cartográfica, a qual não consta pudesse ter principiado com os genoveses (incluindo os pisanos), venezianos ou maiorquinos. Tal perfeição não podia ter nascido repentinamente do nada. (Cortesão, 1960, p41)
Embora impropriamente atribuído, o emprego da palavra portuiano — que os marinheiros do Mediterrâneo aplicavam apenas às suas instruções
escritas de navegação, com as distâncias entre portos, sua configuração e descrição das costas, ou seja aquilo a que nós chamamos roteiros — de tal modo se generalizou, havendo até autores que chamam portulano a qualquer carta náutica ou atlas antigos, que os historiadores da Cartografia contemporizaram com a designação carta-portulano, não sem deixar de
apontar o desconchavo. Do mesmo modo, o tipo primitivo da cartaportuiano mediterrânea, que com ligeiras variantes foi reproduzido até o século XV, tem freqüentemente sido chamado portulano normal
(CORTESÃO, 1960, p39).

Varias são as suposições sobre a confecção dos mapas portulanos,alguns dos maps portulanos representavam regiões do Mar Mediterraneo, areas
litoraneas adjacentes, Mar Negro e parte do Oceano Atlantico, possuindo um sistema de rosas dos ventos e de rumos bem detalhados.(Duarte 2002)
O mapa do almirante chinês Zheng He, ao qual nos referimos páginas atlas, è um portulano, com caracteristcas próprias da cartografia chinesa(DUARTE, 2002 pg 36)
1.6 Contribuição Francesa na Cartografia.
Segundo Duarte (2002), na França o destaque foi para a família Sanson que teve com Nicolau Sanson (1600 – 1667) um maior desenvolvimento.
Os Franceses também estiveram envolvidos com as conquistas e explorações de novas terras durante a época do descobrimento, fator este que contribuiu também para o desenvolvimento da sua Cartografia, a qual, por sua vez, influenciou culturas que com franceses mantiveram contato. (DUARTE, 2002 pg. 41)

1.7 Cartografia Portuguesa e as origens da Cartografia no Brasil.
De acordo com Duarte (2002), no Brasil tivemos uma grande influência da cartografia Portuguesa que com as grandes navegações e a expansão ultramarina desenvolveram um caráter muito utilitário na época da política colonialista, tornando muito grande a produção dos mapas marítimos em Portugal.
Conforme Duarte (2002), foi com a vinda da família real para o Brasil que surgiu a cartografia em nossa nação, começamos como se pode imaginar sobre grande influencia Européia.

Em 1808, o governo imperial adota medidas visando organizar - se administrativamente, criando, desta forma a Academia da Marinha (Aviso de 05/05/1808), o Arquivo Militar (Decreto de 07/04/1808), a Tipologia Régia (decreto de 13/05/1808) e a Academia de Artilharia e Fortificação (Carta de Lei 04/12/1810).Com isso começa o rompimento da Cartografia luso - brasileira, surgindo uma Cartografia Imperial, quando a Academia da Marinha e a Escola de Artilharia e Fortificação ficariam com a incumbência de preparar os técnicos especialistas que dariam andamento aos trabalhos de ordem geográfica e Cartográfica. (DUARTE, 2002, pg. 42)

Segundo Duarte (2002), foi com a Imprensa Régia que os trabalhos de confecções de mapas nacionais deram - se inicio, o real Arquivo militar era responsável por preservar nosso acervo, e com isso tivemos a impressão de novos mapas.
1.8 Maias e Astecas na Cartografia.
Eles possuíram uma tradição cartográfico rica, apesar de termos pouco estudos destes povos. (Duarte, 2002)
Quando o explorador espanhol Hernám Cortés, em 1522, solicitou a Montezuma que lhe indica - se um local seguro para ele poder aportar com seus navios, Montezuma lhe trouxe já no outro dia um mapa contendo todo litoral e seus vários acidentes geográficos. Com isso ficou evidente que eles tinham manuscritos bem guardados como documentos que consultavam sempre que preciso.(Duarte, 2002)
Em boa parte dos mapas Maias e Astecas estudados não foram encontradas evidencias de utilização de escalas, sendo comum o exagero das dimensões de certos elementos representados, com objetivo de realça - los(Figura 14).Entretanto, a escala já aparece em alguns mapas que mostram jurisdições geográficas de feudos ou delimitações de propriedade de terras. É certo também que alguns povoados mantiveram arquivos nos quais eram guardados os documentos Cartográficos. (DUARTE, 2002 pg. 43)































Figura 7 -Portulano de Zheng He. Este mapa chinês é, além de um guia de navegação, o relato da última viagem de Zheng He, almirante d trota imperial, em meados dc século XV No alto, à esquerda, aparecem as costas da lndia, o Sri Lanka à direita e o litoral africano logo abaixo.





























Figura 8 - Método de medição da circunferência da Terra por Eratástenes. A questão fundamental “neste método seria determinar o ângulo ‘b”, formado no centro da Terra pelo prolongamento imaginário das estacas colocadas em Siena e Alexandria. Por um princípio de “Geometria, o ângulo ‘a” deve ser igual ao ‘ b’. Eratóstenes determinou o ângulo ‘a” e deduziu o “b” 7 graus e 12 minutos), equivalente a 1/50 do total. Sabendo que a distância entre as cidades era de 5 mil estádios, bastou multiplicar este valor por 50 para saber a medida da circunferência terrestre.





















Figura 9 - O erro de Eratóstenes. Alem de ser um pouco inferior a 5 mil estádios a distância entre Alexandria e Siena, outros dois fatores justificam o erro de mais ou menos 1 4°/o na medida da circunferência terrestre feita por Eratóstenes: a) Alexandria e Siena não estão no mesmo meridiano: b) Siena não está exatamente no Trópico de Câncer e sim um pouco a norte deste.






























Figura 10 -Orbis Terrarum. Mapas do tipo Orbis Terrarum foram bastante difundidos pelos romanos durante a Idade Média. Sofrendo algumas variações, acabavam por mantera estrutura geral circular, com oceanos circundando os continentes (Asia, Europa e Africa). Em muitos casos, já apareciam acidentes geográficos no interior dos continentes, tais como: rios, maces e lagos. (De modo geral, a Asia ocupava a parte superior, na qual também ficava o oriente Cleste). Às vezes, Jerusalém, a terra santa cristã, ocupava o centro.
























Figura 11 -Cenário que consta no manuscrito pré-hispânico conhecido pelo nome de “códice vindobonense”. Maias e astecas possuíam uma rico tradição cartográfica, que acabou por adquirir novas características após a conquista peios espanhóis.
Fonte: O CORREIO DA UNESCO, n. 8(1991)



















CAPÍTULO II

Mapas: uma forma de linguagem.


A utilização do mapa para chegar a um lugar desconhecido,ou consultar um guia de ruas para se localizar e escolher um caminho mais pratico, é uma tortura para muitas pessoas. Apesar de parecer uma besteira para ter sucesso
com a utilização do mapa tem que se ter uma série de conhecimentos que só são aprendidos dentro do processo de alfabetização diferente. Não se trata de letras, palavras, números, acentuações, e sim de linhas, cores e formas; vamos assim aprender a linguagem cartográfica. (Projeto Presente/Formação Geográfica, 2008)
Indispensável para o aprendizado da geografia , a cartografia transformou - se num fator importantíssimo na educação contemporânea, tanto para a utilização do aluno nas suas atividades diárias como para se estudar e compreender a seu entorno. Tendo conhecimento das características físicas, econômicas, sociais, e humanas do meio em que vive, ele pode compreender as mudanças causadas, pela ação do homem e da própria natureza ao longo do tempo (Projeto Presente /Formação Geográfica, 2008)

“Saber ler mapas faz com que a pessoa consiga pensar sobre territórios e regiões que não conhece”, explica Rosângela Doin de Almeida, professora da Universidade Estadual Paulista, membro do Grupo de Pesquisa em Cartografia Escolar e representante brasileira da International Cartography Association (ICA).
Ela afirma ainda que a tecnologia produz representações cartográficas cada vez mais sofisticadas. Sua linguagem é usada no ensino não só da Geografia, mas também da História e das Ciências em geral. “Conhecê-la significa adquirir boa parte do suporte necessário para a construção do conhecimento”, enfatiza. (PROJETO PRESENTE, FORMAÇÃO GEOGRAFICA, 2008)








2.1 A linguagem cartográfica


Conforme Joly (1997), a cartografia pode ser considerada como uma linguagem, uma vez que através de um conjunto de signos consegue exprimir um pensamento, uma necessidade de se comunicar com outras pessoas. É uma linguagem universal uma vez que seus símbolos podem ser compreendidos por todos até mesmo por aqueles que não tiveram acesso ao estudo cartográfico.
Mas linguagem exclusivamente visual e, por isso mesmo, submetida às leis fisiológicas da percepção das imagens. Conhecer as propriedades dessa linguagem para melhor utilizá-la é o objeto da semiologia gráfica, conforme o título de uma obra de 3. Bertin . A semiologia gráfica está ao mesmo tempo ligada às diversas teorias das formas e de sua representação, desenvolvidaspela psicologia contemporânea, e às teorias da informação. Aplicada à cartografia, ela permite avaliar as vantagens e os limites das variáveis visuais empregadas na simbologia cartográfica e, portanto, formular as regras de uma utilização racional da linguagem cartográfica. Encerrada durante muito tempo dentro de limites técnicos bastante restritivos, porém magnificamente superados, hoje essa linguagem se vê rápida e consideravelmente modificada pela introdução vigorosa dos métodos da informática e da automação(JOLY, 1997, Pg.13-14)

Conforme Simielli (1986), atualmente se torna cada vez mais indispensável a utilização de mapas, o cartógrafo hoje deve se basear nas necessidades e interesses de quem vai utilizar o mapa.
[...]” Por isso mesmo o cartógrafo deve conhecer subjetivamente o indivíduo que vai utilizar os mapas.”(SIMIELLI, 1986, P.72)
Ainda Simielli (1986), é de muita importância a criação de uma linguagem Cartográfica, eficaz para que o mapa possa atingir os objetivos que se esperam.
[...] “è graças aos símbolos destas linguagens que o cartógrafo materializa a sua informação intelectual.”(SIMIELLI, 1986, p. 72)
Segundo Simielli (1986), os mapas não são baseados em uma convenção qualquer, eles têm que ter um propósito e é do cartógrafo a responsabilidade de sua execução.
A cartografia possui uma linguagem que não é ainda universalmente estabelecida, representando um grande problema transcrever a ordem da informação cartográfica. (SIMIELLI, 1986, P.73)

Quanto à linguagem cartográfica em si, é conveniente ressaltar que, conforme afirma. ROBINSON (1978, p.6), o mapa possui os seguintes atributos, aqui apresentados resumidamente:
- Um mapa o conjunto de varias marcas arranjadas sobre uma folha de papel. O mapa é representacional, ou seja, um “display” bi—dimensional que observamos geralmente, de urna vez, em sua totalidade, e não em uma seqüência rígida.
- As marcas de mapas são únicas — só significam o que o cartógrafo determinou.
- As marcas do mapa têm localização, ocupando um lugar certo na folha.
- As marcas do mapa são transparentes — o “display” visual de um mapa processado como uma figura a partir da qual construímos nossa própria estrutura, conforme o caráter gráfico do “display” e de nosso conhecimento geográfico.
- mapa tem a qualidade de imagem, pois é espaço representando espaço.
- O mapa tem a qualidade de estrutura, possibilitando a inferência geográfica indutiva.(SIMIELI, 1986, p. 73-74).

2.2 Semiótica: a ciencia das linguagens

Segundo Simielli (1986), precisamos da Semiótica, a ciencia geral das linguagens, mais especificamente dos signos para podermos enterder plenamente a Linguagem Cartografica.
Especificamente, a semiologia gráfica trata dos estudos “[...] dos símbolos gráficos, suas propriedades e suas relações com os elementos da informação que eles revelam”(MELLO,2007, p.22, apud, OLIVEIRA, 1993a, p.507)
O signo é a representação do proprio objeto, ele é sempre interpretado por um interprete que vai associar o signo com o significado.(Simieli,1986).(figura 12)
Segundo Simielli (1986), são 2 os aspectos dos signos: o significante que é o concreto o real do signo eo significado que é o impalpavel o atributo do signo.O resultado dos dois aspectos é a significação.
... “Por isso o signo é representativo,ocupando o lugar das coisas e não nas coisas”.(SIMIELLI, 1986, P.76)
Toda essa colocação abrange o aspecto denotativo da semiótica( o código denotativo envolve o significado imediato do signo).No entanto, é possível dar um segundo significado à expressão,com um novo conteúdo passando - se assim para o aspecto conotativo.Como exemplo poderíamos citar uma lista de situações que perderam o seu sentido inicial e se transformaram em signos:”João agiu como um cão”(a. CITELLI - 1985, p.70). A palavra cão está conotando um comportamento. (SIMIELI, 1986, p.76)

De acordo com Simielli (1986), são importantes os códigos denotativos e conotativos tanto para a confecção quanto para a utilização dos mapas. Temos que criar uma linguagem própria para a produção e leitura dos mapas.
Segundo Duarte (2002), o código é uma convenção, uma amarra entre o entendimento do signo, ele que vai determinar a interação entre o Significante que é um estimulo físico e o significado que é a idéia.
Na tentativa de se chegar a um alfabeto cartográfico, BOARD (1977) propõe AS LETRAS CARTOGRÁFICAS (Figura 13) a partir das sugest6es de L. RATAJSKI, (1975) que descreve as combinações das variáveis gráficas em três dimensões: ponto, linha e área. (SIMIELLI, 1986, p.77)
Dentro deste mesmo raciocínio MUEHRCKE (1983) sugere símbolos para a representação qualitativa (Figura 14) - INFORMAÇÃO QUALITATIVA e para a representação quantitativa (Figura 15) - INFORMAÇÃO QUANTITATIVA. (SIMIELLI, 1986, p.77)
Conforme Duarte (2002), ao planejar um mapa a escolha dos símbolos para a sua elaboração é muito importante, temos que utiliza-los de acordo com o nível de informação que pretendemos transmitir, podendo ser de nível quantitativo, nível qualitativo e ainda ordenado, seletivo e associativo.
Nível qualitativo: Pode ser usado quando o documento cartográfico permite que sejam extraídas informações sobre as propriedades ou atributos dos elementos representados não havendo nenhuma intervenção do autor[...] (DUARTE, 2002, pg.189)
Nível quantitativo: deve ser usado quando queremos mostrar grandezas dos elementos representados. (DUARTE, 2002, pg.189)
Nível ordenado: quando a representação expressa uma hierarquia ou uma ordem dos elementos. (DUARTE, 2002, pg.189)
Nível Seletivo: quando a intenção é mostrar a distinção dos elementos entre si. (DUARTE, 2002, pg.190)
Nível associativo: quando os elementos no mapa ficam agrupados de acordo com determinadas características comuns. (DUARTE, 2002, pg. 190)

















Linha de Desenvolvimento de Signos Cartográficos.
GERBER - 1984




Figura 12
Fonte: GERBER, Rod. - 1984, p. 100











As Letras Cartográficas.
BOARD - 1997







Figura 13
Fonte: BOARD, Christopher - 1977, p. 52.






















Informação Qualitativa.
MUEHRCKE - 1983












Figura 14
Fonte: MUEHRCKE, Phillip C. - 1983, p. 62














Informação Quantitativa.
MUEHRCKE - 1983











Figura 15
Fonte: MUEHRCKE, Phillip C. - 1983, p. 63


2.3 A Cartografia como comunicação.



Segundo Mello (2007), a forma como o cartógrafo usa para enviar a mensagem codificada da realidade para um usuário através dos símbolos da linguagem cartográfica chama-se Comunicação Cartográfica.
Segundo Mello (2007), mapas diferentes podem representar um mesmo lugar.
Segundo Mello (2007), o mapa é sempre criado com uma finalidade, com um propósito sendo assim um mesmo lugar poderá ser representado por mapas diferentes uma vez que cada lugar tem suas particularidades e que vai depender do cartógrafo qual a particularidade que será transmitida.
A pessoa responsável pela elaboração de uma representação, seja um aluno, um cartógrafo, uma pessoa que se utiliza da representação para mostrar resultados de uma pesquisa etc. deverá fazê-la com rigor para que a informação possa ser lida facilmente. Um mapa que é a representação de aspectos, características, fenômenos de um espaço determinado, deve ser construído para que se torne um meio de comunicação/informação para aqueles que se utiliza de mapas com os objetivos mais variados: localizar, consultar roteiros, descobrir as distâncias entre lugares, conhecer características gerais de uma localidade etc.(SANTOS O., LEMES, MAIO. SANTOS, 2008, pg. 18450
A escolha do tema, da projeção, da escala, entre outros, são decisões que atendem a determinado objetivo, logo tais escolhas serão diferentes para objetivos diferentes. (MELLO, 2007, pg.104,105)
Um mapa é uma forma de comunicação. Ele conjuga as propriedades da linguagem visual, expressa na imagem formada pelo arranjo de tonalidades, cores, formas e texturas, com a linguagem sonora (escrita), presente no título, na legenda, na toponímia (os nomes dos lugares ou objetos) e em outras partes do mapa. (OLIVEIRA, 2004, pg. 1)

Ao decidir por essa ou aquela escolha, o mapeador estará representando graficamente o lugar de acordo com o seu ponto de vista, quer dizer, o mapa por ele confeccionado é fruto, acima de tudo, daquilo que ele vê da realidade, com todos os seus filtros culturais, e é por meio dele que selecionará o que julga ser relevante para que conste da sua representação. (MELLO, 2007, PG 104 - 105)

Segundo Mello (2007), para elaborar o mapa o mapeador seleciona a realidade. Ele não observa aleatoriamente e sim segue seus objetivos definidos previamente e ele pode usar como fonte outros mapas ou o próprio meio geográfico.
Tal observação gera no mapeador um efeito, que se refere à realidade de acordo com os seus filtros culturais, informação seletiva, que será convertida em informação cartográfica, que será transcrita por meio da linguagem cartográfica para uma superfície plana, transformando o modelo intelectual multidimensional da realidade em um modelo bidimensional. O usuário, de posse desse mapa, sofrerá um efeito dessa informação, quer dizer, o modo de ver a realidade poderá ser alterado, dependendo dos conhecimentos do usuário (MELO, 2007, p. 105).

Conforme Simielli (1986), para se entender a comunicação cartográfica o primeiro passo é entender o tripé da comunicação que é: o cartógrafo, mapa e o usuário e assim podemos reproduzir a teoria geral da comunicação.(Figura16)
Segundo Simielli (1986), no sistema da comunicação cartográfica temos o codificador e o decodificador ambos assume papeis importantes, pois um vai codificar o mapa e o outro vai decodificar, ou seja, um vai dar características que o outro terá que interpretar e assim estabelecendo uma comunicação sem ruídos.(Figura 17)
De acordo com Simielli (1986), o ruído na comunicação é quando o cartógrafo envia o mapa (comunicação) e o usuário (leitor) não consegue entender.
O sucesso do uso do mapa repousa na sua eficácia quanto à transmissão da informação espacial, sendo o ideal desta transmissão a obtenção, pelo leitor, da totalidade da informação contida no mapa. (SIMIELLI, 1986, pg.85)
O mapeamento está centrado na capacidade de o indivíduo posicionar-se criticamente frente aos aspectos encontrados no espaço geográfico e procurar, a partir de questionamentos, problematizar uma situação que aflige a sociedade na qual está inserido. Dessa forma, o licenciando assume o papel do mapeador, registrando o que considera importante a partir de sua visão, do seu espaço vivido e dos valores atribuídos a esse espaço. Esse mapeamento deve ser entendido como processo (SEEMANN, 2002). O trabalho de campo e de sala de aula completa-se num constante crescente, por que: (MELLO, 2007, PG.106).
“[...] a observação direta se inicia na sala de aula, com o preparo do roteiro das excursões, das visitas e dos levantamentos e vai-se desenvolver no campo, para terminar na sala de aula. Os alunos trazem os dados, as amostras, as anotações para serem trabalhadas, manipuladas e estudadas na classe. Deve haver um intercâmbio intenso e contínuo entre as atividades dentro e fora da sala de aula. A observação direta se completa com a indireta” (MELLO, 2007, pg. 106 , apud, OLIVEIRA, 1967, p.15, grifo nosso)

Segundo Oliveira (2004), alguns conhecimentos são necessários para que a comunicação cartográfica aconteça de forma com que sua elaboração e compreensão seja mais precisa, conhecimentos esses que são: o titulo, referenciais de orientação e localização, a escala e especialmente a legenda .


2.4 A Legenda
Segundo Oliveira (2004), a legenda é tão importante na construção do mapa como no entendimento e na leitura que podemos até dizer que ela é a alma do mapa,
O processo de comunicação cartográfica passa, necessariamente, pela concepção da simbologia que será lançada no mapa e sua correspondente significação, que será expressa na legenda. (OLIVEIRA, 2004, pg. 2)
A legenda apresenta a codificação expressa no mapa, indicando os signos que compõe a imagem e a relação entre os diferentes significantes (cores, formas, texturas etc.) e seus respectivos significados (o que eles representam). (OLIVEIRA, 2004, pg. 2)
[...] “ao olharmos para um mapa, um quadro, uma figura ilustrativa qualquer, o que nos chama a atenção primeiramente é a imagem como um todo, a alternância entre claro e escuro, o arranjo de cores, formas e texturas. Só num segundo momento há a necessidade de decodificar tal imagem: o que significam os tons claros e escuros? E as cores, as formas, as texturas? Por outro lado, alguns signos apresentam uma certa universalidade, na medida em que sua compreensão prescinde da necessidade da legenda, pois o domínio de seus significados é bastante amplo. Isso se considerarmos tais signos em determinados contextos socioculturais e históricos. É o caso, por exemplo, dos símbolos matemáticos, dos sinais de trânsito, das partituras musicais, entre muitos outros[...]”(OLIVEIRA, 2004, pg. 2)

Conforme Duarte (2002), a legenda deve ser de forma que o significado da simbologia contida nela seja objetiva, assim o leitor conseguira fazer a relação de forma clara do significado com o significante.
Segundo Oliveira (2002), a legenda deve ser elaborada de forma condizente a informação que o mapa esteja transmitindo, ela não pode ser feita de forma aleatória e não pode haver distorções para poder assim colaborar com o papel de comunicar determinada informação.

2.5 O Titulo

O título de um mapa é o seu “portal de entrada”. Ele deve expressar, com clareza e objetividade, qual o tema que está sendo representado. (OLIVEIRA, 2004, pg. 6)
Conforme Oliveira (2004), o titulo tem que sempre aparecer em estaque para poder chamar a atenção do leitor, sendo assim, o uso das letras em negrito e a fonte maior do que outras utilizadas no mapa é uma forma de fazer com que atraia o olhar do leitor, a sua localização não precisa necessariamente seguir um padrão vale - se ai do bom senso.
Por fim, é bom esclarecer que o título não se confunde com o tema, embora deva fazer menção a ele. Às vezes o título pode ser criado de forma a despertar o interesse do leitor para a construção cartográfica, valendo-se, por exemplo, de uma frase de impacto. Isso é comum em periódicos, como jornais e revistas. Nesses casos, é importante que exista um subtítulo que traga com clareza os recortes temático, espacial e, se for o caso, também o temporal. E tanto o título como o subtítulo devem ser coerentes com a legenda, que formará a imagem da representação cartográfica. (OLIVEIRA, 2004, pg.7)


2.6 Os referenciais de orientação e os referenciais de localização

O referencial de orientação em um mapa é geralmente dado pela presença de uma rosa-dos-ventos , que indica a posição dos pontos cardeais e colaterais (e, às vezes, também os subcolaterais).(OLIVEIRA, 2004, pg.7)
Conforme Oliveira (2004), desde os tempos das grandes navegações que a orientação dos mapas é feita pelo posicionamento do norte na parte de cima eo sul na parte de baixo tendo o leste a direita e o oeste a esquerda, sendo tudo isso meras convenções herdadas dos europeus.
A falta do hábito do manuseio de mapas – reflexo novamente da falta de uma alfabetização cartográfica – faz com que mesmo a colocação dos pontos cardeais possa não ter o efeito de facilitara orientação do leitor.(OLIVEIRA, 2004, pg.8)
No dia-a-dia, nem sempre nos valemos desses referenciais para os deslocamentos em nossos espaços de convivência (a cidade, o campo). Os referenciais fixos, como bairros, quadras, ruas, fazendas, estradas, rios etc. nos são mais familiares e são a eles que recorremos quando queremos nos localizar e, por conseqüência, nos orientar. (OLIVEIRA, 2004, pg. 8-9)

De certa forma, como visto no item anterior, os referenciais de localização se confundem com os de orientação, já que sua origem é basicamente a mesma: a observação astronômica dos movimentos realizados pela Terra [...] (OLIVEIRA, 2004, pg. 9)
As coordenadas geográficas indicam os valores em graus, minutos e segundos (e demais subdivisões), oriundos de um cruzamento de um paralelo e um meridiano, tendo como referências (para início da contagem dos valores) a linha do equador (paralelo zero) e a linha de Greenwich (meridiano zero). (OLIVEIRA, 2004, pg. 9)
Assim como ocorre com a linguagem visual, expressa pela legenda, é preciso adequar o mapa à sua função de comunicar uma informação, como a localização de objetos/lugares, da maneira mais clara possível. (OLIVEIRA, 2004, pg 12)
Segundo Oliveira (2004), a linguagem tem que ser adaptada conforme a necessidade do mapeador, se vai ser preciso indicar a localização que esta sendo mapeada dentro de um contexto maior ou a sua posição em relação à outras cidades, se for um bairro seu posicionamento dentro do municipio assim por diante, o importante vai ser chegar ao seu objetivo em relação ao que ele esta tentando transmitir ou usuário final, o leitor.

2.7 A escala

A escala cartográfica corresponde à relação entre as medidas lineares em um mapa e suas correspondentes verdadeiras na superfície real. (OLIVEIRA, 2004, pg. 12)
Segundo Duarte (2002), a escala serve para informar quantas vezes o real foi reduzido, quanto menos espaço real for reduzido maior será a escala e terá mais riquezas de detalhes, quanto mais espaço for reduzido menor a escala e terá menor quantidade de detalhes.
É geralmente apresentada como uma fração, já que se trata de uma correspondência matemática, como por exemplo: 1/10.000, que indica que 1 unidade no mapa corresponde a 10.000 unidades no terreno. (OLIVEIRA, 2004, pg. 12)
Conforme Duarte (2002), temos alem da escala numérica a escala gráfica, onde a finalidade será a mesma, o que vai mudar é que em vez de números usaremos o gráfico.
Somente o modo de expressar a relação entre as dimensões do desenho e da realidade é que modifica. Em lugar de se fazer por meio de números separados por dois pontos, faz se por meio de um gráfico. (DUARTE, 2002, pg.117)
Sendo assim, a escala também interfere no processo de comunicação cartográfica. A escolha de um trabalho com escalas pequenas, médias ou grandes irá definir, em parte, o que poderá ser representado no mapa. Dependendo das pretensões de quem constrói o mapa será preciso trabalhar com múltiplas escalas: ora ampliando para escalas grandes (como um zoom) alguns locais que se queira detalhar (como geralmente é feito em mapas turísticos de regiões centrais de certas cidades), ora reduzindo para escalas pequenas, como para contextualizar a área principal que está sendo retratada, demonstrando como ela se insere numa região maior (num município, num estado ou mesmo no planeta).(OLIVEIRA, 2004, pg.13)

Conforme Oliveira (2004), assim como os itens já vistos a escolha da legenda dependera dos objetivos de quem esta confeccionando o mapa, ele deve ser conivente com a verdade, pois não pode transmitir algo que não condiz com o real, trazendo interpretações erronias como, por exemplo, uma redução maior do que a realidade.






















































Tripé da comunicação






Fonte: Robison, Arthur H & Petchenik, B. B. - 1977, p. 95
Figura 16





































A posição do Codificador e Decodificador.
Em um sistema de codificação simples.
Laboratório de Cartografia da universidade de Wisconsin - 1975




Sistema de Comunicação Generalizado.
BOARD - 1967





FONTE: ROBINSON, Arthur H. & PETCHENIK, Barbara B. - 1977,p.96
Figura 17













Conclusão



Atravéz do trabalho realizado percebemos que o mapa é uma forma de linguagem e comunicação tão importante quanto a escrita. O mapa é tão importante que quase todas as civilizações já conhecidas se utilizaram dessa importante ferramenta.
Ele esta presente em nossas vidas todos os dias e muitas pessoas não se utilizam dessa importante ferramenta por falta de conhecimento cartográfico, hoje o conhecimento Cartográfico vem sendo desenvolvido nas escolas e esse trabalho traz alguns conceitos e trabalha como um cartógrafo deve elaborar um mapa de forma a transmitir a mensagem de maneira clara para o leitor.
O ensino do mapa deve continuar a se expandir de forma que a chegarmos a uma alfabetização cartográfica eficaz.












































Referências


Cartografia Tematica no Ensino Fundamental: Uma Abordagem Pratica, 2006.Disponivel em www.unicepg.univap.br/inic-2006.


Duarte, Paulo Araújo, Fundamentos de Cartografia. Florianópolis: UFSC 2002.


Simielli, Maria Elena Ramos,
Joly, Fernando, A Cartografia.Campinas: Papirus,1997.


Melo, Ismail Barra Nova de Proposição de uma cartografia escolar no ensino superior. Rio Claro: 2007 157f. Tese.


Oliveira, Ivanilton José, A Linguagem dos Mapas: Utilizandoo a Cartografia para Comunicar. Revista UNICIENCIA. Goiás, 2004.Disponivel em www.observatoriogoiais.com.br


Projeto Presente/Formação Geográfica, Cartografia: a Linguagem da Geografia. 2008. Disponível em www.projetopresente.com.br


Simielli, Maria Elena Ramos, O Mapa Como Meio de Comunicação.São Paulo: 1986 205f. Tese.

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